7 Seconds: o legado da Costa Oeste pela terceira vez no Brasil
Lenda do cenário HC/Punk norte- americano desembarca em show único no país, neste domingo 10/08
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German Martinez
8/5/20254 min read


Sob o efeito da pandemia, o Brasil viveu (e vive) uma demanda reprimida de shows que não puderam acontecer durante quase 2 anos e meio, após essa abertura de um "portal", dezenas de bandas desencadearam turnês inimagináveis para a América do Sul, agraciando uma tonelada de fãs, divididos principalmente entre Chile, Argentina, Uruguai e Brasil, o que se viu nos últimos tempos, foi uma gama gigantesca de bandas do cenário HC/Punk, visitando o continente pela primeira vez ou retornando com a certeza de terem o "jogo ganho". Foi assim com bandas como: Black Flag, Gorilla Biscuits, H2O, Shelter, Descendents, Circle Jerks, e agora com o 7 Seconds, e mais adiante Adolescents, TSOL, entre outros. E ao que tudo indica veremos muitas bandas do estilo também em 2026.
Vindos da pacata cidade Reno, que possui por volta de 225.000 habitantes, e é conhecida pela expressão de "a maior pequena cidade do mundo", frente á ambientes rochosos e com belezas naturais esplêndidas, Reno, nunca foi de destacar bandas, muito menos indo pro lado Punk/Hardcore, apesar de fazerem parte do gigantesco estado de Nevada, na costa oeste do Estados Unidos, Reno, é bem diferente do pólo cultural, Las Vegas, que despontou bandas como The Killers ou Escape The Fate.
Encostado em Nevada, pelo mapa, a Califórnia já brotava bandas como: Dead Kennedys, Black Flag, Circle Jerks, Descendents/All, Adolescents que já vinham espalhando o caos por onde passavam. Foi aí que Kevin e Steve, tiveram a idéia de montar uma banda, os irmãos Marvelli, logo adotaram pseudônimos como Youth para Steve e Seconds para Kevin, e assim é até hoje. Musicalmente no sentido literal da palavra hardcore e ideais, o 7 Seconds se aproximava mais da mensagem do cenário de Washington, mas se assimilava com a energia, e a acidez californiana.
O grupo contrariou as estatísticas, e foi pro lado que mais lhe fazia sentido, influenciados por bandas como Minor Threat e Youth Of Today, foram "adotados" ao movimento Straigth Edge, e posteriormente trouxeram um lado mais melódico ao seu som, com a maturidade dos integrantes.
Com participação em algumas coletâneas, fitas demo e etc, em 1982, com o EP Skins, Brains e Guts. Foi levado a sério e acabou sendo lançado por Jello Biafra na pela Alternative Tentacles. Naquela altura do campeonato, haviam bandas como Youth Of Today, Agnostic Front, já causando um alvoroço no cenário estadunidense.
Ainda indo pelo lado mais cru do punk, com um dos primeiros EP's, o intitulado, United We Stand, obra fundamental, a banda atiçou o olhar dos espectadores. O disco era totalmente um espelho do que eles buscavam soar, 17 faixas em menos de 20 minutos de duração, foi o cartão de visitas pra quem queria conhecer a banda.
Cerca de um ano depois, numa época em que tudo era muito mais difícil do que hoje, pra se gravar um disco, o grupo conseguiu capturar a essência do que vinham fazendo em The Crew, um álbum que soava tosco mas totalmente autêntico que acabou gerando inúmeras canções até hoje no seu repertório.

O 7 Seconds se preparava pra ganhar ainda mais "cancha" com o sucessor de The Crew, que pra muitos é considerado a obra prima da banda, em 1985, originalmente lançado como um EP, Walk Together, Rock Together (e anos depois um full album com bônus), foi um divisor de águas, produzido por Ian Mackaye, e tendo backing vocals de Brett Gurewitz, do Bad Religion. Foi nesse lançamento, que o 7 Seconds fez um dos covers mais inusitados, incluíram 99 Red Balloons da Nena, uma banda alemã, uma canção que soava um tanto quanto singela mas que abordava o anti-militarismo, em época de Guerra Fria.
Segundo a própria banda, o período de 1985 e 1986 foram os mais melancólicos possíveis, pois a banda que era formada de jovens adolescentes rebeldes, passou a ser de adultos com novas responsabilidades, e justamente foram nesses dias que eles trouxeram á tona, todo esse momento de virada pessoal. Que acabou sendo desbravado em New Wind, que também teve dedo de Ian Mackaye, e que também sopravam novos ventos na sonoridade, assim como dizia o título do disco.
Ourselves (1988) e Soulforce Revolution (1989), fizeram uma dobradinha de peso, apontando o novo rumo das melodias e o som mais "desacelerado" do início do grupo. A banda adentrou o novo milênio com um bom disco em 2005, Take it Back, Take It on, Take It Over, que tem grandes canções com Still It on ou My Band, Our Crew.

Em 2014, a banda se apresentou em São Paulo, no Carioca Club, e em 2015 repetiu a dose pros paulistanos, mas desta vez no Clash Club (atualmente Espaço Usine). Em 2018, a banda anunciou seu fim, após 38 anos de atividades, O baterista Troy Mowat, vinha sofrendo lesões com frequência e o baixista Steve Youth se aprofundava com sua briga contra o álcool e não conseguindo manter sua saúde mental em dia. Em 2022, os 3 primeiros álbuns foram relançados, e atestando a qualidade ímpar dos trabalhos do 7 Seconds.
O setlist atual do 7 Seconds predomina com suas canções oitentistas, então já prepare seu capacete, porque a nostalgia vai correr nas veias dos espectadores que já não vêem a banda há 10 anos no Brasil. Atualmente a banda é formada pelos irmãos Steve Youth (baixo) e Kevin Seconds (voz), além de Bobby Adams (guitarra) desde 1986
Agora em 2025, pode ser uma oportunidade única para os fãs do Brasil. O show ocorre em São Paulo, no Fabrique Club, localizado na Zona Oeste da capital, na Rua Barra funda 1071 (Barra Funda). E tem produção conjunta da Powerline e da New Direction Productions.


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