Amyl and The Sniffers, derrete o Cine Jóia
Quarteto australiano faz seu debut na capital paulista
Texto German Martinez - Fotos Tiago Rossi
3/7/20255 min read


Desde que a banda havia sido anunciada como atração do Punk Is Coming, que teria o The Offspring como headliner, ao lado de grandes nomes do Punk/HC, o público sedento por umas das mais crocantes novidades do cenário mundial, Amyl and the Sniffers, era brutalmente solicitado pra um show extra, e porquê? Porque a banda na nossa opinião funciona melhor em casas de shows do que em grandes estádios ou mega festivais. E ver um show exclusivo seria muito mais introspectivo e mais duradouro do que num festival.
Quando as vendas começaram de fato, os ingressos "voaram" e sumiram das mãos de vários fãs, quem houvesse garantido estava feliz, quem não conseguiu, bancaria uma decepção quiçá pro resto da vida. O Instagram da produtora 30br bombou de tal forma, que o público queria que a banda Klitoria abrisse o show em São Paulo. E aconteceu.
E como muitos dizem, o Brasil sempre esteve por fora de coisas contemporâneas explodindo pro mundo, mas ver a banda nessa crescente ascensão é algo imensurável.
Pra uma semana concorrida que escalou o festival Punk Is Coming, pro sábado 08/03, The Damned no próprio Cine Jóia, na sexta-feira 07/03, a data escolhida pra performance dos australianos era a quinta feira (06/03).
Cercado de jovens, punks, e gente de meia idade, demonstrava que a banda causa interesse em todas as faixas etárias. Com tendas de camisetas se misturando aos quiosques de lanches, o ar de rebeldia se espalhava pelo bairro da Liberdade.
Adentrávamos o recinto, já com um bom número de espectadores, a casa que tem trazido um número gigante de atrações, sempre é um bom lugar pra recepcionar shows desse porte, e promete uma agenda espetacular até o final deste ano.
A banda carioca Klitoria, estava a postos, e já se ouviam gritos dos admiradores do quarteto. No dia 05/03 a banda havia lançado o EP Entre o chão e o assoalho, que busca soar de uma nova forma, explorando outras sonoridades.
A alegria de estar ali no palco, com a banda principal era nítida. E fez que executassem um show enérgico. O agito foi do começo ao fim, desde canções que vão dá loucura ao experimentalismo. Saíram aplaudidos com o fim do show.








A casa foi ficando cada vez mais tomada, não se viam vãos, mas onde haviam, os mais ousados os buscavam pra ver melhor o palco. Ultrapassando o horário estipulado, por volta das 21:45 (ou coisa parecida), Amy, Bryce Wilson, Declan Mehrters, Gus Romer, se espalharam pelo palco.
E que começo ensandecido foi esse, com seu típico shorts e biquíni estilo californiano, Amy foi direto pra uma das mais canções mais urgentes da banda, Control, que tirou o mais quieto da sua zona de conforto e começaram as rodas mais sinistras da noite. Mostrando a que vieram sempre com um sorriso no rosto, chaparam o público com o Freaks to the Front, e logo depois de um beijo entre guitarrista e o baixista, dispararam um dos maiores coros no refrão de Doing in me Head, e na sequência, uma das nossas favoritas, Security, com sua bateria cavalar!
O calor já era insuportável, corpos colados uns aos outros, sem espaço pra bater palma, e o pogo rolando, não havia sossego, e encaçaparam Maggot, com todo aquele timbre de punk rock 77, & Gfy, do debut.Ufa, que sufoco!
Temperatura elevada, e a peteca não caía, Amy resgatou Got You, do primeiro disco, pra falar da valorização da mulher, com um baixo pulsante de arrepiar e explodindo no refrão. Chewing Gum, traz um balanço sagaz que beira um Hip Hop, como é estampado no clipe da canção.
Voltamos pra 1977, com I'm Not a Loser, que á essa altura Amy já havia brindado drinques com a platéia. Era de uma das faixas mais emblemáticas da banda, pra quem estava apaixonado pelo Comfort to me, Guided by Angels, foi arrasadora!
Amy agradecia o público brasileiro pela recepção, e sempre se posicionando sobre a representatividade feminina. Dando aula pra muito marmanjo desavisado.








Acalmando um pouco dos ânimos mais alterados, Knifey veio rasgando a pele com um punhal afiado. Amy fazia todos os trejeitos possíveis pra guitarra rasgar Some Mutts (Cant'be muzzled).
Jerkin, com sua crítica ácida era dançada com um baile. Me and The Girls, quase "funkeada", e refrão "alcoolizado". Com Tiny Bikini, Amy esbanjava sensualidade e mostrava músculos, como fez desde primeiro momento que pisou no palco.
Se pra muitos a banda é considerada de "Pub Rock", Big Dreams nunca fez tanto sentido pra uma balada preciosa do repertório do grupo. E dá-lhe música rápida, crua e sem firula, em It"s Mine.
A sagaz e selvagem, U Should Not be Doing That, antecipou a saideira com talvez o maior hit da banda, Hertz, uma pedrada sem precedentes.
Quando bandas como The Cavemen, Amyl and The Sniffers, começaram a despontar na Oceania, ninguém sabia onde isso chegaria, e o que pôde se ver visto, é que amor ao rock n' roll é o que prevaleceu, e fez da banda chegar onde chegou e o que ainda pode trihar, fazendo um som simples, passando mensagem sobre o nosso cotidiano e no fim apenas se divertindo como qualquer jovem que adota o estilo.
Saíram, e voltaram pra executarem com louvor Balaclava Lover Boogie & Facts, e encerrar uma das maiores noites de 2025, e olha que só estamos no mês de março!







