Breá Extreme dispara na dianteira como festival de música agressiva

Com 7 nomes no seu line up, e sendo um deles, os finlandeses Rotten Sound, evento apostou no Grindcore como estilo pro evento

Texto German Martinez - Fotos Raíssa Corrêa

12/28/20256 min read

Pra quem perdeu o Rotten Sound no Setembro Negro Festival, há alguns anos atrás, esta seria a hora perfeita pra quem quisesse curtir o som rápido dos caras.

E se te perguntarem como anda o estilo Grindcore no Brasil? Muitos não saberão dizer, mas o Grind brazuca está muito bem, obrigado. E sempre esteve com inúmeras bandas ao redor do país, e muitas com trajetórias gigantescas com vários discos, turnês pela gringa e muito mais.

O Vøid It, foi a primeira a subir no palco, com a Burning House ainda aquecendo os motores, o som da banda é pesadíssimo, com riffs sinistros e 2 vocalistas que condensam os berros e os grunhidos brutos. A banda que acabara de lançar seu disco Dissociative Identity Disorder, um grande registro deste ano.

Clássica banda do cenário desde sempre, agora com uma nova formação, que conta com algumas feras do cenário paulistano, como Kiko (Reiketsu/Rastilho), Flávio Scaglione (Rastilho), e Emmanuel Galvão (guitarra), e Pescoço nos vocais. Um dos mais recentes materiais da banda é um split ao lado dos também brutais Obitto, também de São Paulo

Uma das bandas que mais queríamos ver ao vivo era o Rabujos, há alguns anos atrás conhecemos a banda por causa do split espetacular ao lado dos baianos do Aphorism, e aquele play ficou no repeat por meses a fio. Enfim, uma banda que tem mais de 30 anos de trajetória, mas infelizmente nunca tinha vindo pra São Paulo, era algo exclusivo pro momento, e que momento, usando de uma formação em trio, que já chamava atenção, por sair do óbvio dos moldes do Grindcore.

O Rabujos faz um completamente politizado e contemporâneo, hostilizando vários assuntos sociais. Vindos da fervorosa Recife, o grupo certamente marcou o público com sua entrega por inteiro na sua performance avassaladora.

Jogar com time de casa facilita, mas porque estamos dizendo isso, a Xaninho Discos, teve sua origem no Pará, e de lá também veio uma das maiores bandas não só do estilo, mas de referência hoje mundial pra quem gosta do nicho. O Baixo Calão superou todas as dificuldades do seu vocalista de enfrentar uma turnê cansativa, entre viagens, deslocamentos, etc, mas que no fim, fez dupla com o Rotten Sound pra sua turnê brasileira.

Uma banda que tem um disco mais obrigatórios do estilo como Holocausto Yanomami e passou for festivais como o Obscene Extreme, é uma das bandas mais importantes dos últimos tempos.

Com um dos melhores discos do ano a tiracolo, o monstruoso Tempo Severo, o D.E.R. um dos pilares desse nicho, vieram apresentar faixas desse novo trabalho. Por mais que queiramos traduzir em palavras, é algo indescritível resumir o que é uma apresentação da banda, e se você que gosta de música agressiva nunca viu, não cometa esse erro.

O quão difícil é falar deste quarteto, que pra nós é sempre uma alegria absurda vê-los ao vivo, e sempre com uma excelência ímpar. O que Maurício Toda (baixo), Renato (guitarra), Thiago Barata (bateria) e Thiago Nascimento (vocal) entregam ao vivo, é um peso surreal, as músicas são uma amostra do que pode ser caótico ao extremo, e as faixas do novo disco falam um pouco essa fase da vida.

Ainda faltavam 2 bandas pro fim do evento, mas na nossa cabeça, este já era o melhor da show da noite, e não restavam dúvidas. Vale ressaltar que Thiago Nascimento tem o Urutu, e Barata, o Test. Só pra você se interar com as bandas além do D.E.R.

Depois de muitos anos, voltamos a ver o Desalmado, essa que é uma das nossas bandas favoritas no BR. Temos que ressaltar que nas últimas apresentações que conferimos, a banda tinha sua clássica formação e estava com o álbum Save Us From Ourselves, bom, de lá pra cá, muita coisa mudou, o grupo lançou o fundamental Mass Mental Devolution, Alemão e Estevam, acabaram saindo, e deram lugar pra João Limeira e Marcelo Liam, ambos egressos do Inherence, mas que em certo momento também se apresentavam quando Estevam ainda estava presente, com performances em quinteto.

Agora o Desalmado se apoia no seu mais novo disco Monopoly Of Violence, e músicas como Trauma Bond, Not Peace, Only Death, ou magnífica Monopoly Of Violence dão o tom da performance. Entre riffs apurados de Marcelo, a cozinha vai criando camadas até soterrar o ouvinte dentro da sua canção. Cada vez procurando o Death-Grind, o Desalmado se alia ao metal morte mas sem esquecer do Grind, e muito menos o seu posicionamento político.

Após uma sequência de diretos na face, com os shows do Cro Mags e Integrity, algumas semanas antes, na mesma Burning House, a hora era de tomar uns belos "jabs" de direita dos finlandeses do Rotten Sound. Com uma turnê que passou por cidades como Campinas, Rio de Janeiro, Santos e São Paulo, ao lado do Baixo Calão e algumas datas pela América do Sul, com a Crypta.

A banda era atração principal é isso era inegável, uma das coisas que mais nos chamaram atenção, foi que desta vez, eles vieram sem baixista, diferentemente do que ocorreu na última vinda da banda ao Brasil. Mas que o guitarrista Mika, faz acontecer no palco é pra poucos.

O novo disco Mass Extinction, que foi lançado em dezembro é amostra da potência do trio. A banda regalou ao público algumas faixas deste disco como: Brave New World.

Não faltaram petardos como: Apocalipse, Pacify, Equality, ou Slay.

A banda soou gigante em cima do pequeno palco da Burning House. Caótica é a palavra que define o som do Rotten Sound e sua performance é a forma de que como eles retribuem o público da banda.

O vocalista fez questão de procurar Barata na platéia pra mandar um abraço, já que eles fizeram uma parceria com o Goatburner, seu outro projeto, do qual fizeram algumas faixas com João Kombi e Barata, que em breve deve dar a luz.

Foram 32 minutos avassaladores, como muitos dizem o Grindcore é violento e voraz, e tem que ser, o Rotten Sound mostrou a que veio, mostrando que o cenário finlandês é versátil.