Caliban mata saudade dos fãs brasileiros após 15 anos.
Banda alemã desembarca em São Paulo com um dos melhores shows do ano
Texto & Fotos Raíssa Corrêa
12/30/20256 min read


O primeiro final de semana de dezembro foi muito feliz para os fãs de metal e suas variações, se por um lado tivemos um mega show da banda P. O.D na sexta feira dia 05, no sábado- 06- tínhamos outro show bem disputado no centro de SP, dessa vez Napalm Death com abertura do Ratos de Porão em uma noite sold out no Hangar 110, em contrapartida sem muito alarde a produtora Liberation trazia para a Fabrique Club na Barra Funda os reizinhos do Metalcore, Caliban, que mesmo após 15 anos longe dos palcos brasileiros voltaram em um show para lá de especial na cidade de SP. Não economizaram no carisma, na nostalgia e na entrega, resultado: saímos apaixonados e com saudades antecipadas dos alemães.
Broad and Sharp
Para o Start na noite a escolhida foi a Broad and Sharp, banda paulistana, formada em 2012 e que apesar do nome em inglês trás em seu repertório um setlist em Português com letras que falam sobre situações do cotidiano com pitadas de protesto.
Com o público ainda chegando e se alocando o show não estava cheio mas isso não desanimou a banda, não deixaram a peteca cair e mesmo com um setlist curto entregaram muito metalcore e hardcore na apresentação. Quase no finalzinho da rápida apresentação incluíram um cover da banda For Today que deixou os presentes mais atentos e animados.








Fim do Silêncio, literalmente...
O clima ainda estava sendo criado e a galera esquentando os motores para receber os anfitriões da noite quando a segunda atração subiu ao palco, sem muita demora e sem precisar de apresentações os meninos da Fim do Silêncio estavam animados, a banda que teve seus primórdios lá nos anos 90 estava "em casa", conhecidos pelo público, desde os primeiros acordes o clima já era outro.
Abriram o setlist do que seria de dez músicas com "Real Vida Suja" e "Marreta", animando os presentes que sem demora entoavam as músicas e abriam a roda respondendo a interação que a banda propunha a todo momento. E se eles tinham energia, quem estava vendo o show tinha a resposta, "Devolvendo cor a palidez", "De olhos fechados, "Punhos cerrados", "Ausência" foi uma sequência de interação entre banda e fãs que se amontoavam em frente ao palco e dividiam o microfone com o vocalista, ainda não era o ápice mas um esquenta interessante para receber a atração principal.
Sem demora finalizaram a apresentação com "Estado Laico"; e com o público animado e ansioso.








A espera acabou...Caliban!
Por volta das 19h30 com o público mega ansioso a postos em frente ao palco e com tudo preparado para a recepção um a um sobe e é ovacionado pela platéía, Denis Schmidt, Marc Gortz, lain Duncan, Patrick Grun e o carismático Andreas Dorner sem demora abre com "Guilt Trip", seguido por "I Was a happy kid once, do recém lançado álbum de trabalho Back From Hell que não por acaso também intitula a atual turnê da banda, logo de cara o público em uma mistura de emoção e empolgação demonstra que se entregaria para que a noite fosse especial deixando a banda surpresa com a calorosa recepção o vocalista não se conteve e logo de início percebeu que seria um momento marcante para todos, agradeceu aos presentes, disse o quanto estavam felizes de retornar ao Brasil e avisou que não poderia se mexer muito devido a uma recente cirurgia no joelho- o que parece ter se esquecido logo tempo depois- aproveitou o momento e apresentou o baixista Ian Duncan que assumiu o posto em meados de 2024, apresentações feitas partiram para "Paralyzed".
Em seguida sem economizar com o coração dos fãs apelaram para a nostálgica "The Beloved and Hatred", de 2004 e fez todo mundo cantar, alguns mais emocionados a ensaiar um choro disfarçado, em contrapartida foi o grande momento do show, a roda estava animada- mas não violenta- e todo mundo estava se divertindo.






Sem sequência definida o setlist da noite misturava o old do início dos anos 2000 com o último lançamento e o mix também acontecia entre os integrantes, hora dividindo os vocais, os solos e as brincadeiras com o público e assim deixando a noite ainda mais agradável, como a casa não estava abarrotada de gente, transitar por lá estava fácil o que acabou deixando o show ainda mais interessante.
Na execução da música "Insomnia", que compõe o álbum Back From Hell a banda se retirou do palco deixando apenas o baixista Ian Duncan, que sozinho assumiu os vocais e transformou o momento em algo bem intimista e introspectivo, o que se via era um público quietinho, observando com atenção o momento mais bonito da apresentação, logo em seguida toda a banda retorna ao palco tocando a mesma música em sua versão completa.




Na reta final todos se retiram do palco e o com o pedido de bis ninguém sai do lugar, o que é prontamente atendido, Marc Gort volta vestindo uma camiseta da seleção brasileira e todos ainda mais carismáticos, eles brincam no palco, cantam parabéns para um fã que havia pedido pelas redes sociais, fazem piadas, interagem com todo mundo e claro agradecem a todo momento pela hospitalidade.
Ao final do show depois de muitas declarações carinhosas e respeitosa aos presentes, todos os integrantes sentam na beirada do palco e distribuem autógrafos, selfies e ideias com os fãs. Fato é, que o grande marco deixado pela passagem do Caliban pelo Brasil é sem dúvida a simpatia de todos da banda, nenhum deles, em nenhum momento estava ali sem se divertir, entregaram um show muito bonito, técnico, com um som muito agradável, misturando os clássicos com o novo álbum mas principalmente uma atmosfera incrível e difícil de esquecer para quem esteve presente no Fabrique Club.






Surpresa agradabilíssima para essa que vos fala, não esperava incluir o show da banda Caliban no meu Top 10 do ano, esperava assistir sim a um show bonito, técnico e potente, mas foi mais que isso, foi incrível!
Acho que já está liberado para pedir um "Come To Brazil Caliban", certo?!

