Com um line up de peso, o Balaclava Fest se consolida ano após ano

Nomes como Stereolab e Yo La Tengo puxaram a edição de 2025

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Texto German Martinez - Fotos Raíssa Corrêa

11/24/20256 min read

Assim como no anterior, o festival foi sediado no Tokio Marine Hall, localizado na região de Santo Amaro. E se em 2024 tivemos atrações como Dinosaur Jr e Water From Your Eyes, desta vez a escalação não deixaria a desejar, já que contava com: Gab Ferreira, Walfredo Em Busca da Simbiose, Jovens Ateus, Geordie Greep, Horse Jumper Of Love, Yo La Tengo e Stereolab.

Divididos em 2 palcos, o primeiro denominado de "Palco Vans", logo na entrada da casa, que deu espaço pras artistas/bandas nacionais se apresentarem (e o Horse Jumper Of Love), a primeira atração foi a cantora catarinense Gab Ferreira, trouxe uma belíssima banda ao palco, mostrou toda sua capacidade pra canções com apelo "pop" e executou faixas do seu álbum Carrossel, e já tocou pra um grande público que estava presente desde o princípio.

O quarteto Walfredo Em Busca da Simbiose, foi a segunda atração do palco Vans, entre um som extremamente psicodélico mediante também suas projeções, o grupo fez alegria dos seus fãs, que já perambulavam pelo local. O grupo aproveitou a ocasião pra oferecer a platéia músicas do seu mais novo disco Mágico Imagético Circular.

Neste momento o acesso ao palco principal da casa, o Palco Balaclava, foi liberado e lá, já havia "muita" gente pra ver a apresentação do inglês Geordie Greep, e aí vem um dos fatos mais surpreendentes de um festival, é você descobrir novos artistas e ser surpreendendido pelo show, e foi o que aconteceu, o que sabíamos de Geordie? Quase nada, a única referência que tínhamos é que ele tinha sido do Black Midi, na metade dos anos 2000. E o que viria por aí foi algo totalmente inesperado com um show "alto", acompanhado de uma banda de músicos brasileiros, que ficamos sabendo só depois, Geordie fez um dos melhores shows deste dia, com músicas que faziam um "jazz fusion", com elementos de samba, indie e tudo mais que você possa esperar.

O músico que divulga seu trabalho intitulado "The New Sound", se apresentou no Bar Alto, na capital de São Paulo, e também no Sesc Jundiaí, com um clima lá no alto, Geordie não decepcionou também no domingo, trazendo uma energia descomunal, e levou o público ao delírio, com o clássico do Black Midi, "Holy, Holy".

De volta ao palco Vans, os paranaenses do Jovens Ateus, uma das grandes promessas do cenário atual, eles trouxeram toda atmosfera oitentista, com direito a uma versão de Igreja, dos Titãs. Canções do álbum Volume 1, foram prioridade no setlist da banda, que muito traz o pós punk como diretriz da sua sonoridade.

Já no palco Balaclava, com inúmeros fãs grudados na grade, e cada vez mais aglomerando pessoas, os norte americanos do Yo La Tengo, formado por Ira Kaplan (guitarra/vocal), Georgia Hubley (bateria/vocal) e James Mcnew (baixo/vocal), causaram uma verdadeira comoção pros espectadores, já que por maior que fosse o espaço, o show era intimista, mediante as faixas que seriam executadas ao redor do show de quase 1:40 de duração.

Abriram com a versão mais calma de Big Day Coming, foram pro álbum mais recente This Stupid World, com canções como Sinatra Drive Breakdown, Aselestine e Fallout, que muito bem funcionaram com pérolas do Painful que também não faltaram, como Sudden Organ e Double Dare.

The Crying Of Lot G, foi um dos grandes ápices do show. I'll Be Around que momento amigos, que momento.

E se somente os 3 eram necessários no palco, foi quando Tim Gane, do Stereolab tocou junto da banda uma versão estendida de I Heard You Looking, um clássico do Painful de 1993.

Pra finalizar o Palco Vans, vindos de Boston, o Horse Jumper Of Love, trouxeram um som encorpado, talvez perto do Slacker Rock, eles que substituíram o Fcukers, fizeram bonito mesmo depois um show apoteótico do Yo La Tengo no palco maior.

A banda acabara de lançar o álbum Disaster Tricks, que possui um punhado de boas canções, assim como sua performance.

Tarde da noite, mas no horário cravado, a grande atração da noite tomara de assalto o palco Balaclava, e foi assim que Stereolab, chegou com o jogo ganho, pois talvez 80% do público veio pra vê-los. A figura onipresente de Laetitia Sadier, com toda sua delicadeza de sua voz e incrível identificação com seu público.

Por mais que hajam se passado mais de 23 anos da morte de Mary Hansen, a falta que ela faz como companhia em cima do palco de Laetitia ainda é sentida, porque elas eram a força feminina do grupo, e as músicas daquela época ainda ecoam com a figura de ambas na nossa mente. O grupo decidiu por 15 canções de várias fases, e privilegiaram várias canções do excelente Instant Holograms on Metal Film, lançado em maio deste ano, e certamente é um dos melhores registros dos últimos tempos da banda.

O show abriu com Aerial Troubles, do novo álbum. Vale o destaque pra canções como Motoroller Scalatron que levantou o ânimo de todos logo na segunda música, assim como Vermona F Transistor, Peng 33, The Flower Called Nowhere. A banda é excelente ao vivo, fazendo jus a obra do Stereolab.

É óbvio que Miss Modular não ficaria de fora, um dos grandes clássicos da banda. O som hipnótico do Stereolab esteve ali, sobrevivendo ao tempo, e fez a alegria dominical do público presente.

E se pra alguns já não bastassem os shows do festival, o Yo La Tengo ainda faria um acústico no Cine Jóia. O saldo foi totalmente positivo, provando que o festival já tem seu nome cravado na agenda do cenário indie/alternativo em São Paulo.