Crypta chega a São Paulo com nova turnê "In The Other Side Tour"
Uma das bandas de maior destaque na cena death Metal nacional passou por São Paulo e aqueceu o final de domingo.
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Texto - Fotos por Raíssa Corrêa
8/15/20256 min read


A banda Crypta, uma das maiores bandas em ascensão no cenário do metal nacional- apesar das músicas serem em inglês- tem feito uma turnê com diversas datas em todo Brasil, prestes a ir para uma temporada na Europa passou em julho por SP, precisamente na VIP Station, localizada na Zona Sul da cidade.
Conhecida por fazer um show com som pesado e letras voltadas a pautas femininas, a Crypta não só apresentou seu mais recente trabalho em “In the Other Side Brasil Tour” mas também incluiu outras bandas com componentes femininos, símbolo de representatividade e apoio. AllenKey, Paradise Inflames, School of Rock e de surpresa a banda Caixão que havia realizado um show no dia anterior na capital paulista fez parte do lineup servindo um prato pesado em um finalzinho de domingo.
O evento produzido pela Xaninho Discos e Caveira Velha Produções iniciou no final da tarde com um público tímido, os alunos da School of Rock unidades Moema e Pinheiros mostraram que apesar de novos- adolescentes- tem feito a lição de casa direitinho e estudado bastante, apresentaram um pocket show recheado de clássicos que passavam de Angra, Sepultura à System of a Down e Iron Maiden.
No dia anterior ao show foi divulgado através das redes sociais que haveria uma "atração surpresa", e os produtores não poderiam acertar melhor na escolha, a banda cearense Caixão que mescla hard rock, heavy Metal, progressivo, psicodelia e Doom estava pela cidade pois haviam realizado um show no Sesc Belenzinho no dia anterior e foram convidados a participar como atração surpresa e a apresentação foi incrível, com um som que lembra um Sabbath 70"s, quem estava presente aprovou a escolha e curtiu o setlist que contava com apenas 8 músicas em apenas 30 minutos de palco deixando o ambiente com um gostinho de "queremos mais"








Em seguida a primeira banda a fazer parte do cast da turnê nacional da Crypta, AllenKey cuja voz principal é de Karina Menascé subiu ao palco com bastante entusiasmo e disposição, mesmo com público ainda chegando, foi a primeira banda a animar o ambiente e estimular a formação do mosh, sempre agradecendo a oportunidade e trocando energia com os fãs, a vocalista se empenhou em fazer a noite ainda mais especial, isso porque seria a última apresentação da Allenkey na turnê, as datas seguintes foram assumidas pela banda Hatefulmurder.






Após uma troca super rápida de palco entra em cena Paradise in flames, essa que vos fala confessa que não conhecia a banda, tão pouco havia visto qualquer apresentação o que transformou esse show ainda mais interessante no ponto de vista de primeira pessoa. A frente uma vocalista que surge com um figurino preto, de renda e o rosto completamente coberto despertando curiosidade, mas isso é só a introdução, logo a bela Nienna Ni aparece com seu cabelo trançado na cor lilás, dominando um metal sinfônico tecnicamente muito bem executado, bonito e que nos prende. Seus companheiros de banda não passam despercebidos, todos alinhados tanto em figurino, performance e principalmente execução. Algo parecido com uma apresentação mais teatral que nos remete levemente a concertos sinfônicos.
Em alguns momentos o som parece ter dado um probleminha aqui e ali porém a equipe logo resolveu e o show seguiu normalmente. A banda mineira um pouco mais reservada em relação a contato com o público não estimulou moshs como a anterior mas deixou em muitos momentos os presentes atentos e acolhidos, calmos para o furação que estava por chegar com as anfitriãs da noite.






Durante a troca de palco a casa que estava cheia aguardava Fernanda Lira e suas discípulas para o início do show mais aguardado da noite, nesse momento entre um ajuste e outro apareceu a baterista Luana para realizar os últimos ajustes no instrumento e foi o suficiente para levar os fãs a loucura, muitos levantaram o celular para registrar o momento e ela apesar de tímida com a situação acenou para os todos, sorrindo algumas vezes e causando euforia na platéia. O show de fato teve início alguns minutos depois, aproximadamente as 21h00 com Luana, Fernanda Lira, Tainá e Helena Nagagata- que está acompanhando a Crypta nessa turnê especial- no palco que por sinal está bem diferente do habitual, sem ornamentos de metal no microfone mas muito bem produzido e agradável.
Ao som de The Aftermath como introdução o pontapé foi dado e Fernanda conhecida por sua performance marcante e caricata não economizou logo nos primeiros acordes, caretas e expressões que são sua marca registrada apareciam desde os primeiros minutos no palco. O local estava bem mais cheio, não lotado, ainda era possível circular sem tumulto ou dificuldades, The Other Side of Anger- Shades of Sorrow/2023- foi escolhida para abrir os trabalhos e os fãs que aguardavam ansiosamente começaram a se movimentar para abrir uma roda que de início foi pequena mas foi crescendo conforme o show acontecia.
Com um setlist diferente do habitual das outras datas da turnê, algumas músicas foram inclusas especialmente para os fãs de São Paulo (segundo palavras de Fernanda), Kali presente no álbum Echoes of the Soul de 2021 foi uma dessas surpresas de setlist, os fãs mais calorosos vibraram com a novidade e responderam a altura o pedido de interação da banda.
De volta ao álbum Shades of Sorrow, Lift the Blindfold e The Outsider foram em sequência tocadas com aquele típico jeito Crypta de ser: sem frescura mas com muita caricatura interpretada pela vocalista. Entre uma sequência e outra logo após Under the Black Wings, Fernanda aproveitou para conversar um pouco com os presentes na noite falando um pouco sobre a alteração no setlist como um presente especial dabanda para o público paulistano, relembrando que Kali era uma dessas novidades e anunciando a próxima, Starvation- composta por Fernanda e Luana em 2021- com a energia nas alturas Shadow Within, também do primeiro álbum mostrou a técnica das 4integrantes e a interação entre elas que estava afiadissima. Em destaque Helena Nagagata que apesar de um rostinho novo na banda, se adaptou ao estilo das outras integrantes e entregou muita técnica e precisão na guitarra.








Encaminhando para o fechamento da apresentação uma sequência de músicas que melhor definem o gênero defendido pela banda no quesito agressividade, Dark Clouds, Lord of Ruins, primeiro single do último álbum de estúdio, que teve seu refrão declamado em uníssono pelos fãs que a essa altura se apertavam em frente ao palco. E fechando com chave de diamante From the Ashes, que deixou o ambiente da VIP Station pegando fogo.






O número de pessoas no show foi um ponto significativo a princípio mas com o passar das atrações isso ficou irrelevante e quem estava presente representou- e muito- os admiradores da grande potência feminina que a Crypta representa, sem dúvidas a banda continua sendo uma das maiores representantes tanto do segmento quanto da mensagem que carregam pelos palcos do Brasil e do mundo.