Deep Purple: longe do fim

Sem resquícios de uma aposentadoria, os britânicos entregaram um “showzaço” na última sexta-feira.

RESENHA

Texto German Martinez- Fotos por Ricardo Matsukawa

9/17/20243 min read

A dúvida que sempre paira no ar, é saber se a performance de um artista será melhor ou pior do que a apresentação num festival de grande porte ou num show exclusivo, como seria o caso do Deep Purple. Pisando pela 27° vez no Brasil, o quinteto britânico se apresentou no belíssimo Espaço Unimed na capital paulista.

Com show marcado pras 22:00 de uma sexta feira com clima ótimo, o público aos poucos ia tomando conta dos metrôs, das ruas, dos estacionamentos. A região respirava a ansiedade de mais um show da banda por aqui. Do lado de fora o alvoroço de buscar um lanche ou o drink pra esquentar pro show. Sem banda de abertura, o horário avançado dava a possibilidade pra que a grande maioria do público ficasse ainda do lado externo consumindo sua "cervejinha"

Sendo tomado pouco a pouco, com desenrolar do tempo, podíamos ver o quanto de gerações que a banda atrai. Desde garotos aos avós. Uma belíssima amostra de como o talento da banda atravessa épocas. Pra muitos seria a primeira vez de conferir de perto a banda, pra outros o sentimento de rever essa entidade do rock inglês. Logo de cara, foi tocado um dos maiores clássicos do grupo, a brilhante "Highway Star"

A banda que se apresentava aqui era Don Airey (teclados) & Simon McBride (guitarras), além dos icônicos nomes de Ian Paice, Roger Glover e Ian Gillan. Sabendo das limitações da voz de Gillan, a parte técnica do show, fez com que ele cantasse sem muitas dificuldades e não se "esgoelasse" á toa em qualquer sejam as canções. O que se viu foi uma banda coerente em seu volume, deixando espaço pra que Gillan fizesse seu trabalho .

4 canções do mais novo álbum =1 foram escolhidas pra perfomance, sendo elas: "A bit on the side", "Portable door", "Bleeding obvious" e a encantadora "Lazy Sod". "Into the fire" e "Uncommon man", trouxeram categoria ao show.

"Hard lovin' man", voltava á obra prima do álbum Machine Head de 1972. Uma surpresa pra muitos foi a inclusão de "Anya", faixa dos anos 90 do álbum "The Battle Rages on...", muito aplaudida pelo público.

É óbvio que uma banda clássica como o Deep Purple, e que fez parte da santíssima da "trindade" do som pesado dos anos 70 ao lado de Black Sabbath e Led Zeppelin, quando volta aos seus clássicos atemporais é que realmente o show explode. E não foi diferente em canções como "Lazy' e a emocionante "When a blind man cries".

Muito interativo entre uma faixa e outra, Gillan agradecia o público brasileiro. No meio de tantas faixas e solos, até a hora que Don executa o hino nacional, homenageando o Brasil.

Eis que veio "Space Truckin", uma das maiores pérolas do grupo, seguido de um dos maiores riffs da história da música, que foi a intro de "Smoke on the water". Com gritos, e pedidos de volta, a banda deu meia volta e voltou pra celebrar o bis e cantar junto em "Hush' e logo emendada da despedida com "Black Night".

Muitos possam ter sentido falta de algumas faixas emblemáticas do grupo, mas o show foi totalmente justo e honesto, o que grupo entregou em quase 2 horas de show, fez desta perfomance uma prova concreta que a banda ainda tem muita lenha pra queimar!