Discharge: Hell on Earth tour 2024

Carioca Club, 21/06/2024

RESENHA

Texto Valmir Antonio - Fotos German Martinez

6/28/20243 min read

Com início marcado para as 20:00, a abertura do evento se deu com meia hora de antecedência pela joseense Manger Cadavre? e a casa ainda não muito cheia. A banda foi um pouco prejudicada pelo espaço comprimido, já que tiveram de usar a própria bateria, mas para além do espaço, o som já estava bem equalizado e timbrado desde o início, com destaque para a guitarra nítida e pesada. Pelo set da banda passaram sons de todos os seus álbuns com foco no recente “Imperialismo”, de 2023 e uma música nova chamada “Retórica do silêncio” a ser lançada ainda este ano em forma de single, mostrando mais melodia em seu death/crust. Esse foi o último show da banda antes de sua primeira turnê europeia e pelo que foi mostrado, estão mais preparados e entrosado do que nunca.

Após um intervalo de menos de 30 minutos sobe ao palco a estadunidense Havok, a essa altura a casa já estava bem cheia, principalmente com os fãs da banda, e sem descanso emendaram música atrás de música com seu thrash metal cheio de vigor e juventude que vem fazendo falta em ícones imortais da Bay Area. No set, músicas dos seus 5 álbuns botaram fãs de velha data e recém egressos pra rodar e bangear, sons como Fear Compaign, Prepare for Attack, Phantom Force, From the cradle to the grave, entre outras fizeram a alegria de todos os apreciadores do velho thrash metal. Destaque para a simpatia do guitarrista e vocalista David Sanchez que manteve o público na mão durante a uma hora de show.

Sem muito tempo para descanso já sobe ao palco a hiperativa Midnight que em sua terceira passagem pelo Brasil, apresentaram dezesseis músicas do seu Black/speed metal com a alma do Motörhead passeando por seus seis álbuns de maneira frenética, correndo de um lado pro outro. No set estavam presentes as já clássica Black Rock’n’roll cantada por todos, Satanic Royalty, Fucking speed and darkness, Evil Like a Knife, All hail hell também cantada por todos, You can’t stop steel, entre outras que incendiaram o Carioca Club. Showzão!

Para fechar a noite sobre ao palco o lendário Discharge, a essa altura o Carioca estava lotado com sua maioria de punks ansiosos pelos clássicos que influenciaram e ainda influência gerações do hardcore. Mesmo com algumas poucas pausas, a banda apresentou um set bem longo com mais de 20 músicas e não faltaram sons que todos esperavam, estavam lá Hell on Earth, Hear nothing, Protest and survive, Never again, Realities of war, War is hell e tantas outras passando inclusive pela fase atual com Look At tomorrow, New World Order e Hatebomb. A plateia reagiu como esperado e rodas monstruosas abriam e fechavam a cada som, stages divings, crowd surf e muita energia. Na última música da noite, Decontrol, sobem ao palco os membros das bandas Midnight e Havok para celebrar juntos esses mais de 40 anos de hardcore, só não entendi o porquê de não ter ninguém do Manger, já que ainda estavam todos os músicos no local.

Meia noite e meia, encerra-se mais um show memorável numa casa já tradicional da cena paulistana. Longa vida ao D-Beat!