Duas entidades do Punk/Hardcore juntas numa única noite em São Paulo
Além da capital paulista, os californianos farão mais 2 datas no país
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German Martinez
9/23/20254 min read


Por essa ninguém esperava, num período de 1 ano, nós vimos o Descendents e Circle Jerks virem pro Brasil juntos, o Madball passar numa única data por São Paulo, o 7 Seconds também num show único, e agora juntar o punk classudo do TSOL ao hardcore despojado do The Adolescents, era algo diferente aos nossos pobres olhos.
Sob a tutela da New Direction Productions (NDP), pelo ascendente crescimento de shows inéditos ligados ao Punk e Hardcore, a produtora anunciou essa aliança de peso que passarão por 3 cidades brasileiras.
TSOL
Nem só de lindas praias e do surf que vive a Califórnia, a música sempre foi um prato cheio pra muitas vertentes do rock e obviamente outros estilos. Formado entre Long Beach/Huntington Beach, no final dos anos 70, e com uma pegada política aflorada, surge o TSOL (True Sounds Of Liberty), um grupo de amigos que incluía Jack Grisham, nos vocais, Ron Emory, na guitarra, Mike Roche, no baixo e Todd Barnes, na bateria, fechavam assim a formação clássica e original da banda, que gravou a pedrada que foi o primeiro EP, desse material vieram canções emblemáticas da carreira da banda, tocadas até hoje, entre elas: Superficial Love e World War lll. Na sequência lançariam o álbum de estréia, Dance With Me, um dos melhores discos do ano 81. Um disco que tinha a essência do punk rock, mas que apontava pra outros estilos que a banda queria se influenciar, junto de nomes como The Damned.

Em 1982, eles gravaram um novo EP, o Weathered Statues, e assinaram com a Alternative Tentacles, de Jello Biafra. E tudo foi uma roda gigante, em fração de pouco tempo, tudo foi mudando, a sonoridade, a formação, tudo. Já em 1984, Joe Wood e Mitch Dean, entraram no lugar de Jack e Todd, e fizeram o álbum Change Today, que trouxe a pérola Flowers By The Door, que em muito lembrava a voz de Billy Idol, e 2 anos depois, o revolucionário Revenge, de 1986, que incorporava o pós punk, o gótico e afins. Tendo faixas clássicas como Colors - Take Me Away, Nothin' for You, e a própria Revenge.
Se tudo isso era pouco, eles resolveram gravaram Beneath The Shadows, e adicionaram Greg Kuehn nos teclados, que vinha do Suedehead. Hit and The Run, disco de 1987, que jogava a banda pra perto do Hard Rock, não só na sonoridade como na estética visual que pareciam que eram garotos da Sunset Strip. No início dos anos 90, lançaram Strange Love.
Em 1997, a banda esteve com essa formação no Brasil. Só que como nem tudo eram flores, os desentendimentos começaram a florescer, quando Jack e Todd, se juntaram a Ron e Mike, e passaram a se reunir e tocar o espólio do grupo, enquanto Joe e cia, também faziam o mesmo sob a alcunha de Tsol, e Jack usavam os nomes separados e chegaram a se apresentar o nome de Lost ( TSOL ao contrário), provocando a ira de alguns fãs e dos outros integrantes que abririam processo sob a posse do nome da banda, mas que foi recuperada pelo turma de Jack. Pouco tempos depois, Todd Barnes morreu de aneurisma cerebral. E no início do novo milênio, Greg voltou pra função de tecladista.
O álbum mais recente da banda é A Side Graffiti, que conta com material inédito e alguns covers e tem participação especial de Keith Morris, na faixa Sweet Transvestite.

The Adolescents
Criado nos ares de Fullerton, também na Califórnia, que era o berço de distintas manifestações culturais, e não era diferente com o Punk e Hardcore, gerou muita coisa de qualidade ímpar, de lá também surgiram bandas como Social Distortion. Os The Adolescents se formaram através de Steve Soto, baixista, que na época fazia parte do Agent Orange, e foi justamente num show que ele fazia com sua antiga banda, quando levou um papo com seu amigo chamado Tony "Reflex" Cadena, e decidiram formaram o The Adolescents.
A intenção era fazer algo despojado, simples, mas que tivesse alguma relevância pro cenário com mensagens contundentes sobre as frustrações ou conflitos sociais, foi daí que surgiu a estréia, homônima, mas também conhecida como o The Blue Album é um dos maiores alicerces do estilo, que influenciou bandas como Green Day, Pennywise, NOFX, o que seria uma nova geração que se interessava no Pop-Punk. Imagina o quão complicado seria falar de um disco que tinha: Amoeba, Word Attack, Who is Who, I Hate Children, Kids Of The Black Hole, LA Girl, Rip It Up, ufa! Um clássico absoluto do Hardcore norte-americano.

No meio desse caminho, o The Germs perdeu o genial Darby Crash, então o grupo se dissipou e Pat Smear se viu sem banda, e acabou sendo convidado pra fazer uma das guitarras da banda. Com o passar dos anos lançaram discos como: Brats In Batallion, Balboa Fun Zone e Return To The Black Hole. Até que em 1990, depois da saída de Tony, a banda acabou se dissipando. E só voltariam uma década depois.
Em 2013, eles lançaram o Presumed Insolent, um dos discos mais legais da nova fase da banda, e na mesma época, CJ Ramone veio excursionar pelo Brasil, e quem estava tocando guitarra na banda? Steve Soto, a lenda. Em 2015 fizeram uma apresentação no Sesc Belezinho, com ingressos esgotados, e a banda fez shows por 5 cidades do Brasil, e divulgava seu álbum "La Vendetta...", lançado no mesmo ano.
Em 2018, uma das notícias mais tristes que a banda poderia receber, foi a morte do fundador e baixista Steve Soto, que abalou a todos os integrantes e todo cenário californiano. Ainda com Steve vivo, eles gravaram o que viria ser o álbum Cropduster, que saiu no mesmo ano de seu falecimento.



O show será realizado no Cine Jóia, na Praça Carlos Gomes, 82, no bairro da Liberdade, em São Paulo,
A produção é da Rockside, NDP (New Direction Productions) e Magnetar.
Ingressos: https://fastix.com.br/events/adolescents-eua-t-s-o-l-eua-em-sao-paulo