Mas quem são os Buzzcocks?

Steve Diggle traz o legado da banda de Manchester ao Brasil

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German Martinez

5/15/20254 min read

A gente lia na revista Bizz ou na Rock Press, sobre muitas bandas de punk rock, só que pra chegar em certos artistas, muitas das vezes nós demorávamos até achar algum vinil ou CD barato pela Galeria do Rock, ou alguma coletânea em K7 que um outro amigo gravava.

Mas se a porta de entrada pra muitas bandas punk's foi o Spaghetti Incident, do Guns N' Roses, disco que virou clássico pra nós brasileiros, lançado em 1993, e nos apresentou UK Subs, The Damned, Fear ou até mesmo o The Stooges de Iggy Pop. E lembrando que era uma fase pré internet, então tudo era precário. E onde entra a clássica banda de Manchester nisso?

Foi com o lançamento da coletânea - tributo: The British Punk Classics Greatest Shits, dos geniais Holly Tree, banda paulistana de punk rock que agitava o cenário por aqui no início dos anos 2000, que muita gente chegou a bandas como: Stiff Little Fingers, The Undertones e de quebra os Buzzcocks.

A faixa escolhida ali é I Don't mind, clássica faixa dos ingleses, incluído no álbum de estréia do quarteto. E na naquele momento muitas portas se abriram pra adentrar no berço do punk rock. Vindos de Manchester e nascidos na pré história do movimento inglês ainda em 1976. Formado por Pete Shelley, Howard Devoto (que logo sairia), Steve Diggle e Garth Smith.

Depois de conferirem de perto a agressividade dos Sex Pistols, eles resolveram também montar uma banda de punk rock, mas a temática iria se enveredar pra uma linha mais emotiva, melódica. E foi aí que surgiu a faixa de Orgasm Addict, que chamou atenção de crítica e público.

Os Buzzcocks foram responsáveis por um dos EP's mais importantes do início do punk, que foi "Spiral Scratch" de 1977. Another music in a different kitchen, é lançado em 1978, e tem pérolas que sobreviveram até hoje como Autonomy, I Don't mind, Get on your own, Fiction Romance. A banda lançou dois álbuns fundamentais que entrariam pra história, que foi o caso de: Love Bites que teria mais um clássico da banda Ever fallen in love, que levou a banda até o programa Top of the Pops, ainda 1978. E na sequência A different kind of tension, que tinha faixas como You know, you can't help it sairia 1979, chacoalhando os corações dos punks.

Em 1980, a banda ganha popularidade com o lançamento da coletânea Singles Going Steady lançada pela gravadora EMI, que havia comprado os direitos da United Artists, selo pelo qual o Buzzcocks lançava material, mas não teria mais apoio financeiro, tanto que o quarto álbum fica apenas nos planos naquele momento.

No fim dos anos 80, todos os integrantes partem pra seus projetos solo, e acabam voltando em 1993.

Em 2001 eles vieram pro Brasil, e fizeram uma icônica performance no extinto programa Musikaos, da TV Cultura, apresentado por Gastão Moreira. Por volta de 2003, lançado como disco homônimo mostra que a banda ainda tinha lenha pra queimar.

Nós entrevistamos Steve Diggle, onde eles foram capa da nossa edição #032, em dezembro de 2022. Na época a banda divulgava o excelente disco, Sonics in the soul, já sem a presença física de Pete Shelley, falecido em 2018, na Estônia, onde vivia. Pouco tempo depois a banda foi imortalizada na calçada da fama junto de estrelas como The Who e David Bowie.

O que podemos esperar destes shows é que não faltem clássicos como What do i get?, Promises, Ever fallen in love, I don't mind, Boredom, Harmony in my head, Why can't i touch it, entre muitas outras.

A banda fará shows em São Paulo, no dia 24/05 (sábado), no Carioca Club ao lado do Sweet Suburbia e Os Excluídos. E em Curitiba (PR), no dia 25/05 (domingo), e no dia 27/05 (terça-feira), em Porto Alegre (RS), com abertura da banda Treva. A banda também passa por Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Uruguai.