Pentagram: a insistência de um gênio incompreendido
Banda norte americana volta ao Brasil, pra apresentar o seu legado que rompe a barreira do tempo
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German Martinez
3/24/20254 min read


Se você gosta de música, e de rock especificamente deve ter assistido ou pelo menos ouvido falar de muitas tristes de bandas que não vingaram, que se frustravam, e acabavam se separando. Se você assistiu o documentário sobre o Anvil, o trio canadense de Hard Rock/Metal que não vingava, e víamos a dedicação de seu vocalista Lips pra que a banda chegasse a algum lugar. E se o Anvil, teve uma trajetória tão sofrida, o Pentagram prova do mesmo gosto, Bobby, uma figura tão especial pra todo um cenário, mas também uma pessoa de difícil comportamento.
Se você foi assistir o Last Days Here, você comprovou o quão doida era a vida de Bobby, que vivia completamente em paranóia por causa de sua dependência de drogas, na obra cinematográfica, eles registram o interesse de Sean "Pellet" Pelletier, um amigo e empresário de gravadora, de ajudar Liebling a vingar com turnês, shows, e quem sabe tirá-lo da vida medíocre que ele levava no morando no porão dos velhos pais.
Muitos talvez não saibam a tal importância que a banda representa pro cenário mundial, o maior problema que a banda sofreu foi que graças ao desequilíbrio de todos os integrantes pra seguirem adiante, eles tiveram pela frente, o Black Sabbath.
Todos sabemos da proporção que o Sabbath teve, tem e terá pelo resto de anos que este planeta tiver. O Sabbath roubou a cena de tudo, e por incrível que pareça, Ozzy, Iommi, Ward e Butler tiveram cabeça pra se aguentarem por mais tempo e conseguir tantas obras fundamentais no heavy metal. Se o Sabbath era esse ponto crucial na história, o Pentagram também tinha seu devido valor, já que o Doom Metal deve créditos á banda, por seu material lançado no decorrer da década de 70, que infelizmente viveu no limbo, e só viu a cor do sol em 1985.
A banda formada em 1971, em Alexandria, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, eles se reuniram pra levar um som pesado e de sonoridade totalmente desconhecida pra época. Influenciados por obras como o próprio Sabbath, UFO, Uriah Heep, Deep Purple, Sir Lord Baltimore. Adotaram o nome de Pentagram, mas o momento era tão louco, que eles mudaram de nome, inúmeras vezes ao passar do tempo, mas decidiram voltar ao "Pentagram".
Nesses primeiros passos, Bobby Liebling e Geoff O'keefe era a dupla de amigos inseparáveis, se mantiveram assim por anos, mas a dança das cadeiras nas posições de guitarra e baixo foram infinitas, que seria redundante contarmos todas estas trocas.
Na metade da década 70, veio o primeiro baque, a banda tinha conseguido se apresentar em estúdio para o empresários do Blue Oyster Cult, Sandy Pearlman e Murray Krugman que provavelmente fechariam um contrato com a promissora banda, eis que por obra do destino, Bobby e Krugman discutiram e tudo foi por água abaixo, e esse objetivo foi postergado. Já nessa sequência Bobby foi preso por porte de drogas junto de sua namorada, e começava ali, uma sequência de tropeços catastróficos da banda.
Quando de fato o álbum de estréia é lançado, em 1985, mesmo que seja com um atraso de 14 anos, já que a banda tinha iniciado as atividades na década de 70, e o disco fosse um registro de demos de outras fases da banda, este foi o disco considerado de debut do grupo. Posteriormente o Pentagram, ao lado de Candlemass, Trouble e The Obssesed, formariam o Big Four do Doom Metal. Quando de fato o primeiro disco da banda saiu, revelaram ali uma banda que carregaria o mastro do Doom Metal pra eternidade.
Em 1987 Days Of Reckoning saiu, e confirmou o segundo lançamento oficial da banda, que novamente tinha mudado de formação por várias vezes, mas ali já trazia seus riffs marcantes.
Muitos anos depois e cada vez mais ficando esquecidos no limbo, o Pentagram lançou Be Foreverwanted, Review Your Choices, Show 'Em How.
Em 2011 a banda assinou com a Metal Blade records, e lançou o álbum Last Rites, e logo depois o álbum ao vivo, e seu sucessor Live Rites, disco ao vivo. E grande parte da discografia acabou sendo relançada.

Last Days Here, o documentário perturbador de Liebling, escancara sua dependência com o crack e outras adicções de Bobby, que o faziam viver numa montanha russa de emoções, entre seu relacionamento com os seus pais, seu namoro conturbado com a namorada, e grandiosa decepção com sua carreira musical.
Pellet acreditava que Bobby poderia dar a volta por cima e superar todos esses problemas, mas Bobby não era capaz o suficiente, brigando de forma abrupta com os integrantes, não comparecendo aos ensaios e shows, acabaram acarretando novamente o fim de um sonho.
Até que num dia, Bobby quis viver o sonho de rock star novamente e tomou coragem pra reformular o Pentagram, e daí viriam convites de turnês e festivais. Dando um sopro de esperança pra Liebling tentar pôr uma pedra no caminho tão sinuoso do Pentagram.
A banda se apresentou em festivais do porte como Wacken, Rockpalast, ambos na Alemanha, tornando estas performances épicas para seus fãs. Pós um periodo tendo da pandemia, o Pentagram veio ao Brasil pela primeira vez, numa performance ao lado do Grindhouse Hotel, num Hangar 110, abarrotado de gente.
Agora 3 anos depois a banda retorna ao Brasil, desta vez com seu novo disco, Lightning in a bottle, seu décimo disco da carreira, lançado por um dos selos mais legais da atualidade, o Heavy Psych Sounds, da Itália, que já lançou trabalhos de Brant Bjork, Conan, entre outros. A formação atual consiste em Tony Reed (guitarra), Scooter Haslip (baixo), Henry Vasquez (bateria), e Bobby Liebling no alto dos seus 71 anos de idade.
A banda fará 2 apresentações, sendo a primeira em Curitiba, no dia 29/03 no Basement Cultural com abertura do Espectro e Pesta. Já em São Paulo, o show ocorre no Fabrique Club, no domingo dia 30/03, com Pesta e Weedevil.
Vai ser uma oportunidade e tanto, de poder ver um dos maiores ícones do submundo do rock mundial.
Ingressos:
Curitiba: https://fastix.com.br/events/pentagram-em-curitiba
São Paulo: https://fastix.com.br/events/pentagram-em-sao-paulo