Pentagram: um legado intacto com o passar do tempo

Bobby e Cia, divertiram o público em noite paulistana

RESENHANOTÍCIAS

Texto German Martinez - Fotos Tiago Rossi

4/2/20255 min read

Nem o amante de Doom Metal, mais otimista poderia prever que depois de uma noite histórica no Hangar 110, em 2022, faria o Pentagram voltar ao país em menos de 3 anos.

E pra nossa alegria e de muitos seres humanos que viveram esta noite, comprovaram tal importância do grupo norte americano vindo da Virgínia, com seu novo novo álbum a tiracolo.

Neste momento a banda era completamente diferente, sendo integrado por Tony Reed na guitarra, Scooter Haslip no baixo, Henry Vasquez nas baquetas e obviamente Bobby Liebling. Mas uma pausa pro Pentagram, e vamos ao início do espetáculo que viria a acontecer, os primeiros adentrarem o palco, foram os mineiros da Pesta, e como sempre que falamos deles, voltamos ao "chover no molhado", o quarteto é impecável ao vivo.

Formado por Flávio Freitas na bateria, Marcos Resende na guitarra, Anderson Vaca e o vocalista Thiago Cruz, a Pesta vem cravando diariamente o seu nome no cenário brasileiro, com seus trabalhos relevantes e suas performances altamente impactantes. O repertório que foi apresentado teve faixas já conhecidas do público como Anthropophagic, Hand Of God, Words of a Madman, e a excelente Witche's Sabbath.

Na noite anterior em Curitiba, vale destacar que a Pesta dividiu o palco com o Espectro, uma outra banda que admiramos desde seu surgimento, e que por coincidência tinham feito o esquenta para os monstros sagrados do The Obssesed, em junho de 2024, no Citylights, na capital paulista.

O grupo prepara seu novo disco, intitulado de Marked by Hate, que deve sair em breve, e nós obviamente estamos ansiosos pelo resultado.

Em crescente ascensão, veio o Weedevil, que já podia se esperar pelo seu show pesado e hipnótico. Apesar do kit de bateria de Flávio Cavichioli estar prensado no canto esquerdo do palco, não foi o problema e ele obviamente "desceu a mão".

Formado atualmente Flávio nas baquetas, e por Henrique Bittencourt numa das guitarras e que também assumiu as baquetas do Space Grease, Rafael Gama no baixo e nosso grande amigo de longa data Paulo Ueno, na outra guitarra, e também responsável pelo Projeto Trator, e finalizando com Carol Poison nos vocais, o quinteto fecha sua formação de categoria ímpar.

Com gritos ecoando por todo recinto clamando o nome da banda, e inúmeros fãs ostentando suas camisetas de estampas das mais distintas, o grupo despejava todo seu peso em canções como: Serpent's Gaze, Chronic Abyss Of Bane, Underwater.

Era hora de uma das nossas favoritas Profane Smoke Ritual, que possui uma intro sinistra. Seguidos de Necrotic Elegy, e a poderosa Serenade Of Baphomet. Fecharam com a belíssima Hi, I'm Lucifer, sendo altamente elogiados pelo público.

Respeitosamente às 21:10 conforme manda o figurino, o trio do Pentagram, foi ajeitando seus instrumentos no palco, pra logo fazerem as honras pra lenda Bobby Liebling. E que entrada triunfal com sua uma camisa azul cintilante, altamente espalhafatosa, o senhor de 71 anos entoou a letra de Live Again.

Enquanto muitos ainda estavam tímidos em suas posições, logo foram indo pra frente do palco, assistir este homem que rompeu a barreira do tempo, e que apesar de tudo, segue vivo.

E na segunda canção, eles tocaram um dos maiores clássicos não só da banda, mas da história do Rock n' Roll, Starlady. Foi de cara, cantada a plenos pulmões por todas as mulheres presentes.

A carregada The Ghoul, uma das mais esperadas, foi executada. Um dos fatos que mais se ouviu nas conversas de público é o quanto a banda soava coesa e muito mais pesada e suja, que a outra formação que veio ao Brasil. O que devemos salientar que no nosso entendimento esta performance soou mais pesada de fato.

Apesar do Pentagram ter um espólio de grandes clássicos, apesar de sua discografia pequena, eles decidiram mesclar com novas canções do seu maís novo álbum, Lightning in a Bottle, lançado pelo excelente selo Heavy Psych Sounds da Itália. Pois bem, uma das melhores faixas do álbum, foi executada a excelente I Spoke To Death, atestando a categoria do nível que a banda atingiu neste novo registro.

Como explicar como o titio (ou o vovô) Liebling se movimenta pelo palco? Esbanjando sensualidade e demonstrando uma alegria ímpar, que contagia não só a banda, e todos os seus fãs que não titubeavam pra ver as suas caretas pelo palco.

Voltamos pras pérolas antigas, foram relembradas faixas como: When The Screams Come e Sign Of The Wolf (Pentagram), esta causando uma catarse coletiva do público, que cantou, gritou e gravou em seus celulares tal momento.

A banda estava ali suando e entregando o seu melhor, Tony Reed, se movimentava pra todos os lados, e promovendo vários abraços e sinais de afeto de Bobby. Might Just I Wanna Be Your Fool, foi espetacular.

Era hora da enigmática e sombria Solve The Puzzle, seguida de Review Your Choices, outro grandioso momento da noite, uma canção que celebra a importância de tudo que o Pentagram construiu em mais de 50 anos de história. E que arrancou inúmeros sorrisos de Bobby enquanto a interpretava.

O trio soava potente e segurando literalmente, e não foi a toa de como veio Thundercest. Walk The Sociopath, veio pra arregaçar, uma das músicas mais "pesadas" do novo disco e que soou ainda mais destruidora. Era o fim, Bobby agradeceu como fez durante toda a noite e se despediu.

Aos gritos de Pentagram, eles logo se acomodaram novamente no palco pra tocar a mais emblemática canção do grupo, quem viveu, viu Forever My Queen, extremamente maravilhosa do começo ao fim.

Ainda cabia mais uma, 20 Buck Spin, fez com a performance que bateu cerca de uma hora e algo maís de performance chegasse ao fim. E assim se encerrasse a noite, com a promessa de Bobby que voltariam, se última passagem foi de 3 anos de diferença, nós aqui, esperamos ansiosamente que possamos rever Bobby & Cia, prontamente .