Placebo traz seu público pra interpretação sentimental do seu repertório

Com perfomance única no país, a banda inglesa entregou tudo no Espaço Unimed no último dia 17-03-2024

NOTÍCIASRESENHA

German Martinez

3/25/20243 min read

Era a quinta apresentação do Placebo em São Paulo, e pra nós a segunda oportunidade e decidimos criar uma conexão com a nossa primeira experiência com a banda em 2010

Pouco tempo antes da banda subir ao palco, comunicaram ao grande publico pelos telões que não filmassem e fotografassem pra não perder a energia do público com o artista. Além disto a banda já havia vetado a "Pista Premium" e mandado pelos ares as grades de separação pra públicos distintos.

No longínquo ano de 2010, o álbum da vez era o "Battle for the Sun" (que tinha canções como "Kings of medicine", "Julien", "Speak in tongues") que ainda contava com Steve Forrest nas baquetas, desta vez Brian Molko e Stefan Olsdal vinham também acompanhados de Angela Chan (teclado/violino0, Nick Gavrilovic (guitarra), Bill Loyd (sintetizadores/baixo/guitarra) e Matt Lunn na bateria. Molko celebrou os mais de 20 anos de Lloyd na banda com a triste "Happy Birthday in The Sky.

Se naquele momento em 2010 muitos deliraram com faixas com "Nancy boy", "Pure Morning" e "Every You Every me", desta vez estas canções estavam limadas do repertório da banda.

Outro fato eram os amplificadores da cor branca sob o palco, fato já acontecido da nossa primeira experiência. Mas verdade seja dita, mediante tanta intensidade do grupo, tais faixas não fizeram falta no setlist.

Adentramos o belíssimo Espaço Unimed, ainda com "Forever Chemichals", logo na sequência pegamos a incrível "Beautiful James" uma das mais lindas canções do "Never let me go", o álbum mais recente de estúdio, lançado em 2022 e onipresente no setlist desta turnê.

Pra quem sentia saudades de faixas antigas teve o deleite com "Bionic".

Era imponente o jogo de luzes e das imagens nos telões formando um belo time de imagem e som. Tornando uma experiência "única". Canções como "Try better next time" e "Soulmates" se fizeram extremamente necessárias.

Belíssimas amostras de toda a capacidade de envolver o público como em "Infrared" ou com a quase dançante "Song to say goodbye" que explode no refrão.

Com o público já hipnotizado pela desenvoltura de Molko nos vocais, os fãs aguardavam faixa após faixa com a mesma alegria. A banda optou por escolher 10 faixas do "Never Let me go" e provar ao público que torceu o nariz, que este é um bom álbum, sim, e ponto final.

Vale a pena ressaltar e muito que o guitarrista Nick Gavrilovic, fez e faz uma diferença absurda no show, principalmente por segurar a bronca, todo tempo e agitar do começo ao fim, e ver que o cara realmente se entrega ao que ele toca, e acaba deixando Stefan e Brian mais soltos pelo palco sem tanta necessidade de tocarem na hora certa. Uma pena ficar mais ao fundo do palco apenas como apoio.

Muitos talvez esperassem pra momentos ápices pras canções mais agitadas como "For What it's worth" ou "The Bitter End", que sim, levantam cada um dos espectadores, mas devo dizer que canções como a cativante e emocional "Special Needs", a ritmada "Slave to The wage" balançaram o coração dos espectadores.

Era a hora do bis, e pra muitos que esperavam a versão de "Shout" do Tears For Fears, foram pegos por uma trinca de canções que incluía a quase industrial "Taste In Men", com a beleza eletrônica de "Fix Yourself" e "Running up that hill" com Molko emulando Kate Bush e Stefan distorcendo tudo o que era possível numa jam final.

Com mais de uma hora e meia de show, tudo chegava ao fim e lavava a alma dos velhos e novos fãs do grupo.