Rise Of The Northstar: agressividade e cultura pop japonesa num liquidificador sonoro

O quinteto francês comprovou pela segunda vez, o porquê de ser um dos melhores shows da atualidade

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Texto German Martinez - Fotos Raíssa Corrêa

11/5/20254 min read

O quê a França teria a ver com o Japão? Muita coisa? Ou não há muita ligação, quem diria que uma banda vinda de Paris, se influenciou diretamente das obras japonesas, como o mangá, animes, e toda a cultura pop vinda de lá. Formado por Victor "Vithia" Leroy, os guitarristas Brice "Eva-B" Gauthier, Erwan "Air One" Menez, o baixista Alexis "Yoru" Lieu, e o baterista Kevin "Phantom" Foley. Sob a produção da Powerline Music and Books e Liberation Music Company, o Rise Of The Northstar veio pela segunda vez ao Brasil.

Influenciados musicalmente por bandas do Groove Metal, por bandas do NYHC, ou pelo Nu Metal e Hip Hop norte-americano, os franceses transformaram todo esse potencial sonoro numa verdadeira explosão. O que a banda entrega não só nos shows como nos discos, é o que deixa qualquer um embasbacado.

Com o novo disco que já tenha data pra sair, o quarto álbum Chapter 4: Red Falcon Super Battle, Neo Paris; a banda se fez valer da conquista imediata do público quando vieram em 2023, e o que se pode esperar do sucessor de Showdown? No mínimo muito peso. Os novos singles já estão na cabeça e na boca dos fãs.

Uma das coincidências presentes neste sábado 18/10, foi que os santistas do Bayside Kings fariam as honras da casa, assim como em 2023, no próprio Fabrique Club, só que desta vez ao lado do Sujera. Representando a zona leste da capital, com seu som sujo, agressivo, e crítico, o Sujera começou os trabalhos da tarde/noite. Chamando inclusive Milton Aguiar (Bayside Kings) pra cantar junto numa das faixas.

O Bayside Kings veio na sequência, e injetou toda energia do HC "metalizado". Os fãs do BK, são peças chave da performance da banda, já que roubam a cena, com seus pulos e interações com o grupo.

As canções em português cada vez mais trazem identificação com o seu público presente, e o stage dives e os moshs eram frequentes.

Rise Of The Northstar

Como gigantes no palco, o Rise Of The Northstar tomou seu espaço que era seu por direito naquela noite, pra trazer todo seu armamento sonoro. Com a performance inquietante de Vithia, o público ia á loucura com cada berro do vocalista. A banda segurava bronca com seu instrumental encorpado, carregando assim uma carga pulsante de energia.

Foi impressionante a trinca que começaram a performance, com nada menos que Nekketsu, Welcame (Furyou State Of Mind) e Crank It Up, as guitarras construíam paredes que pareciam desabar a cada riff destilado por Eva-B e Air One.

Foi na quarta faixa do set, que fica difícil mensurar em palavras o momento em que começaram com Here Comes The Boom, um verdadeiro petardo, que incendiou literalmente o Fabrique, mostrando assim o quão potente a banda é ao vivo, e sem sobrar pedra sobre pedra. Já faltava ar no recinto, o pogo fervia e eles não pegavam leve, e dispararam One Love & Showdown.

A banda só tem crescido nos últimos tempos, tendo trabalhado com músicos do nível de Joe Duplantier, do Gojira, no álbum The Legacy Of Shi ou terem gravado com o rapper Hyro The Hero. Desta vez, mais despidos das recorrentes máscaras e macacões, o grupo abusou do visual "street" e deixavam as referências aos quimonos tradicionais do Japão. Tudo isso pra que a identidade visual contrastasse com a sonoridade agressiva do grupo.

Com toda essa junção, não faltaram músicas como novas como a bombástica Neo Paris, que foi influenciada diretamente pelo filme Akira & Back 2 Basics, que farão parte do novo álbum.

Ativos desde 2008, vindos dos subúrbios de Paris, o ROTNS, carrega na sua trajetória 3 álbuns de estúdio, 3 EP's, e se encaminha pro quarto disco, como citado acima. Com a moral lá encima passaram pelo festivais Graspop e Hellfest, aclamados pelo público e se preparam pra celebrar no icônico Olympia, no dia 22 de novembro.

A trinca final era Bosozoku, Rise e não poderiam terminar de outra forma, assim como foi com Again and Again, uma verdadeira porrada na orelha foi o que os franceses proporcionaram nesta noite no Fabrique Club.