Simple Minds: celebra mais de 4 décadas de trajetória
Icônica banda escocesa faz show único no Brasil
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German Martinez
4/17/20254 min read


Quando o punk rock se misturou com David Bowie, e porque estamos dizendo isso, o embrião de tudo isso surgiu Glasgow no final dos anos 70, no auge do punk rock, quando sob a alcunha de Johnny and The Self Abusers, algo como (Johnny e os auto-abusadores), começaram sua guinada no cenário local. Banda que tinha Jim Kerr nos vocais e Charlie Burchill nas guitarras, e deram o pontapé inicial, já com pretensões distintas, eles decidiram rumar pra outro lado, e acabaram por montar uma nova banda, inspirada num dos versos de The Jean Genie, do fabuloso David Bowie.
Estava nascendo o Simple Minds, trabalharam duramente pra lançar o álbum de estréia Life In A Day e na sequência Reel To Real Cacophony. Tanto Kerr como Burchill eram mentes inquietas, e fazer novos discos era parte fundamental da vida dos 2 amigos, daí vieram discos como Empires and Dance, que deu um passo ainda mais a frente, trazendo uma sonoridade ainda mais complexa do que muitos imaginariam com influências que vinham do Kraftwerk e Neu! O alto teor de criatividade atingiu em cheio Peter Gabriel, que convidou a banda pra turnê no final de 1980.
Em 1981, a banda trocou Arista pela Virgin Records, uma "major" de renome, que confiou no trabalho e deu créditos pra que lançassem um álbum um tanto quanto ousado, que foi Sons and Fascination, Sisters Feeling Call, disco que teve a relevância de singles como Love Song, Sweat in Bullet e The American.
Já era 1982, quando trabalharam no seu novo álbum: New Gold Dream, que colocava a banda novamente num outro nicho, por tal sonoridade, e os faziam se aproximar cada vez mais da New Romantic, ao lado de expoentes como Duran Duran, Spandau Ballet e Human League. O álbum marca a saída de McGee, e uma verdadeira dança das cadeiras na função de baterista, tanto que utilizam 3, durante o processo do álbum. No repertório já haviam jóias atemporais como Promised You A Miracle e Glittering Prize, que fazem parte do setlist até hoje da banda.
Logo depois, a banda convoca Steve Lillywhite, que havia trabalhado nos três primeiros discos dos irlandeses do U2, e novamente direcionou a banda pra um som mais reto e deveras mais "rock", em Sparkle in the Rain, que carrega canções do calibre de Speed Your To Love Me e Up On The Catwalk, e um pé no sucesso com a canção Waterfront.
Pelo lado amoroso, Jim Kerr se casaria com a musa do pós punk Chrissie Hynde, dos The Pretenders, em 1984, com quem se separaria 6 anos mais tarde, e logo na sequência Kerr, protagonizaria mais um romance ao lado agora de Patsy Kensit.
Amor de lado, foi quando o filme Clube dos Cinco (The Breakfast Club), gerou uma exposição absurda pra banda, com seu single de Don't You (Forget About Me), levando a banda cruzar horizontes que jamais imaginaria. A banda aproveitou pra catapultar o sucesso atingido com o lançamento do seu álbum mais bem sucedido da carreira, Once Upon A Time, e atingiu quatro singles de sucesso com Alive and Kicking, faixa do qual a voz vibrante de Robin Clark, famosa backing vocal de David Bowie, foi chamada pra alavancar ainda mais a canção, Sanctify Yourself, All The Things She Said e Ghostdancing, fazendo crítica e público se renderem a um disco de qualidade ímpar.


Naquela época a banda já experimentava todo tipo de efeito em seus videoclipes, que iam desde a simplicidade, até vídeos mais rebuscados de tecnologia. Por volta de 1988, a veia já enraizada de postura política aflorou ainda mais quando levaram adiante o Freedom Fest, que apontava o dedo para o Apartheid, ocorrido na África do Sul, e foram amparados com artistas como Peter Gabriel, pra dar voz a esse momento. E acabou gerando uma das maiores canções da história da banda, Mandela Day.
Em Street Fighting Years, o conteúdo não foi deixado de lado, e novamente abordavam o lado político, como em Belfast Child. Adentraram os anos 90 com discos como Real Life, Good News From the Next World, Neapolis, mas jamais alcançando o sucesso de tempos de outrora.
Foram convidados pra uma curta turnê ao lado do INXS, e acabaram comemorando seus 30 anos de história na estrada. Participaram da festa de 90 anos de Nelson Mandela, no Hyde Park, em Londres.
Brasil
A icônica apresentação no Hollywood Rock em 1988, deixou cravado nos corações dos fãs, como um dos momentos mais brilhantes da banda em terras tupiniquins. Naquela oportunidade a banda tocou no Rio de Janeiro e São Paulo.
7 anos depois, e há 3 anos sem tocar ao vivo, o Simple Minds, trouxe ao país, a turnê do álbum Good News From the Next World, em 1995, numa única apresentação no extinto Olympia, em São Paulo.
15 anos depois a banda retornaria pra 4 shows, passando por Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, na época divulgando o álbum Graffiti Soul. Em 2013, foi a vez da turnê Greatest Hits, passando por 3 cidades.


Atualidade
Em 2022, voltou a lançar um belíssimo disco que foi Direction Of The Heart, que trouxe ao menos 2 faixas impecáveis, que são elas: First You Jump e Vision Thing, que demonstram que tanto a voz de Jim e a guitarra de Charlie seguem intactas ao tempo. E o que podemos esperar deste show no Espaço Unimed, é que seja uma grande celebração de uma das bandas mais importantes do rock/pop da década de 70/80.
Ingressos: https://www.eventim.com.br/event/simple-minds-espaco-unimed-19433498/