Simple Minds descarta músicas emblemáticas, mas entrega um show de categoria
A banda escocesa reviveu a aura oitentista em performance na capital paulista
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Texto German Martinez- Fotos Vanessa Maeda
5/5/20254 min read


É fascinante como grande parte do que foi produzido nos anos 80, ou no caso do Simple Minds, um pouco antes quando a banda surgiu e que realmente explodiu na década citada, fique cultuada na memória das pessoas. Sejam por desilusões amorosas, baladas memoráveis ou simplesmente o timbre de guitarra que só poderia sair daquela década.
Por motivos óbvios, a banda acabou cancelando sua performance no Rio de Janeiro, já que Lady Gaga faria um show gratuito na praia de Copacabana pra cerca de 2 milhões de pessoas, no sábado dia 03/05, dito isso, os fãs cariocas ficaram entristecidos, mas era fato que havia a necessidade, o foco então foi pra São Paulo, que como sempre gera inúmeros shows diariamente e trouxe os escoceses para o Espaço Unimed, num apresentação única no domingo, já que não pisavam por aqui desde 2013.
Entre o barulho do Bangers Open Air, realizado no Memorial da América Latina, localizado praticamente de frente ao local do show, era hora de se ver todo tipo de tribo perambulando pela região, "headbangers" dividiam espaço físico com os amantes do Simple Minds.
Marcado para um excelente horário, as 20:00, a banda subiu ao palco. Já com seu sorriso estampado de sempre, e esbanjando simpatia e um amor inenarrável pelo Brasil, Jim Kerr foi logo acolhido pelo público quando executaram Waterfront. Muitos poderiam dizer que o público seria majoritariamente mais velho, mas não, fomos surpreendidos por muitos jovens ou 30- que se mostravam obcecados pela banda e ostentando suas camisas do grupo. O som estava impecável e com o brilho de Sarah Brown nos vocais, Erik Ljungrenn nos teclados, Cherisse Ochei na bateria, no baixo Ged Grimes e nos violões e guitarras, Gordy Goudie.




Charlie Burchill, membro fundador ao lado de Jim, mantém a chama acesa da personalidade única da banda, com um timbre único, e se mantendo do lado esquerdo pra quem o via. Após Waterfront, era The Signal and the Noise. E veio uma das mais esperadas da noite a brilhante Speed Your To Love Me, que levantou o ânimo lá pra cima, devido a entrega emocionante de Jim. Que canção!
Big Sleep resgatou New Gold Dream, com sua batida pulsante e quase gótica. Era hora do emblemático álbum, Empires and Dance, e ele foi lembrado com This Fear Of Gods, com sua levada á la Kraftwerk, e vocais em eco.
Entre projeções no telão que exibiam muitos efeitos e também capas de álbuns da banda, era impossível não prestar atenção em Jim, que deslocava pra interagir com o público de todos os lados da platéia. O repertório privilegiou a idéia principal que é Global Tour. Mas confessamos que nos doeu no peito, deixarem de lado faixas como Mandela Day, Glittering Prize, Promised You A Miracle, entre outras. Mas, já sabíamos que isso ocorreria por conta do setlist bem semelhante pra cada país da turnê.
Hypnotised mostrou que Jim ainda consegue fazer com sua voz, num refrão pegajoso. Antes de She's a River, a baterista Cherisse Ochei deu um espetáculo a parte em seu drum kit gigantesco. E arrancou inúmeros aplausos. Com violão ao fundo Gordy Gordie, fez a cama pra See the lights.




O magnífico Once Upon A Time, teve sua faixa título e I Wish You Were Here, com o baixista Ged tomando de assalto a cena pro momento, e logo depois com All the things she said, mais um dos pontos altos da noite com a presença marcante de Sarah Brown, que arrasou nos vocais.
Numa versão estendida pra que o público interagisse ainda mais, e com direito que Jim brincasse com a platéia, com o coro de Don't You (Forget About Me), fez com que todo mundo voltasse no tempo e abrisse um sorriso no rosto ainda maior.
Depois do primeiro ápice, dá lhe balanço e energia em Ghost dancing, antecipando a despedida da banda do palco. Numa rotação mais lenta, voltaram com Dolphins. Era hora de Alive and Kicking, e que momento meus senhores, que momento. Um dos maiores hits dos anos 80, foi cantado em uníssono. Emocionante do início ao fim, e demonstrou tal importância do que esse álbum foi pra música pop mundial.




Mudando a sequência de alguns shows da turnê, veio Someone Somewhere In Summertime e Jim, agraciou os fãs ainda com uma saideira, a belíssima Sanctify Yourself. E assim se despediram e tudo aquilo que Jim havia dito em entrevistas recentes pra mídia brasileira, que entregariam uma performance com energia inenarrável, foi feito com os todos os créditos possíveis.