Stick Figure cativa público brasileiro e faz show histórico em São Paulo

A nova força do reggae-dub mundial desembarcou pela primeira vez no país

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Texto Matias Carsolio - Fotos Raíssa Corrêa

6/1/20254 min read

Promovido pela Sellout Tours em parceria com a Powerline, um dos maiores destaques do cenário mundial, Scott Woodruff e sua trupe, fizeram um show extenso e com uma "vibe" indescrítivel no último domigo (25-05) na casa de shows, Terra SP, localizado na zona da capital paulista.

Confesso que conheci Stick figure faz relativamente pouco tempo. Sou fã do Sublime, e quando eles lançaram a nova música “Feel Like That” nesta nova fase da banda, vi ali que não estava somente o nome do Sublime, mas junto aparecia o Stick figure, e claro, do jeito que sou curioso fui atras pra ver de que se tratava.

Na era contemporânea continuo sendo um velha escola, costumo abrir o Spotify da banda que quero conhecer e logo vou aos álbuns, sim, álbuns, nada de singles ou mais ouvidas, e escolho um álbum no meio da discografia, nunca o primeiro nem o último, e escuto inteiro, observo as capas em formato ampliado, logo vou ler a bio da banda e se gosto vou escutar todos os álbuns. Sim, sou um "nerdão".

Sorte a minha que a bússola me levou a escolher World on fire, um disco emblemático da banda, e o impacto foi imediato, aquilo era diferente, aquilo era novo, e principalmente, aquilo me fazia bem.

Existem muitos fatores que nos levam a escutar música, e acredito fortemente que um desses fatores é a cura, no seu sentido mais profundo. Sou um devoto da música como forma de vida, meus tempos são regidos pelo tempo da música, não conto meu dia em horas e sim em discos, meu corpo se mexe ao som do ritmo que estou escutando, sou um desses doidos que dançam no meio da rua, pois sempre estou de fones de ouvido e acredito que na vida que vivemos, esta vida regrada por fatores os quais não escolhemos, somos constantemente feridos, machucados, e uma forma que encontro de me curar é com a música. Assim que escutei Stick figure, soube que acabava de encontrar uma nova medicina musical, daquelas mais fortes, daquelas que conseguem reverter toda e qualquer energia negativa ou veneno cotidiano.

Sou uma pessoa tão sortuda que pouco tempo depois de ter descoberto esta maravilhosa banda, soube que se apresentariam ao vivo em São Paulo, e claro, tinha que ir, pois ver ao vivo a banda que estou escutando praticamente todo dia (o remédio é sem receita, é pra usar a vontade mesmo e não causa danos colaterais), era algo de pessoa muito afortunada.

Uma noite agradável de SP, deste outono tropical primaveral me leva a atravessar a cidade rumo ao Terra SP, e chegando ao local o que me surpreende é a quantidade de gente na porta, fico muito feliz que esta banda seja reconhecida. Não sei ao certo qual a capacidade máxima do Terra SP, mas posso dizer que conforme foram passando as horas foi ficando mais e mais cheio.

Ao som do mestre Thiago DJ, que foi esquentando o público com uma seleta impecável o lugar foi se aclimatando e chegou a hora. Antes da banda subir ao palco, uma homenagem, Santeria em sua versão "Sublime VS Biggie - Santeria Dream"e logo em seguida se acende a projeção e somos levados á este universo maravilhoso.

Assistir o Stick Figure ao vivo é uma dose de esperança na música contemporânea, pois não se trata apenas de algumas pessoas tocando no palco e outras tantas assistindo, se trata de sincronia e empatia, se trata de fazer parte e se entregar a um ritual. A cada música senti um prazer total, senti cada vibração e cada detalhe sonoro e visual, numa performance impecável da banda, onde cada integrante se entregou por completo àquilo e o público devolveu essa entrega cantando músicas, fazendo coros e dançando, dançando muito!

Este show pra mim define o que é um show perfeito, um show completo, uma experiência que te leva além daquele lugar e reverbera pra sempre.

Tocaram um repertório completaço, com músicas de praticamente todos os discos, não faltaram Once In a Lifetime, Old Sunrise, Falling Stars ou Smokin' Love, assim como no bis emendaram Paradise, Fire In The Horizon e World On Fire, mas ao ponto que vou é que seja qual música que eles toquem, ou no lugar que seja, a vibração é infinita, a mensagem é positiva, nos dá forças e nos leva sempre a encarar a vida com paz e amor.

Não sou um profeta, mas estou quase seguro que quando esta banda voltar ao Brasil, será pra encher um estádio, quem sabe em mais de uma data.