Testament, as lendas da Bay Area em São Paulo

O quinteto de Berkeley, fez um show alucinante no Carioca Club

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Texto German Martinez - Fotos Raíssa Corrêa

9/9/20254 min read

A icônica Genocídio foi convidada pra fazer as honras da casa, logo nos lembramos do show que eles fizeram na nossa cidade Atibaia, no festival Abrigo Atômico, há uns bons atrás. E que o falar da banda? Ativos desde 1986, seguem firmes no som pesado.

No repertório foram executadas faixas como: Kill Brazil, a destruidora Rebellion e mandaram uma versão impecável de Never Tear Us Apart do Inxs. Fazendo uma belíssimo aquecimento pro Testament.

É difícil você não criar referências sonoras por localidades que fizeram história, o Death Metal na Flórida, mas o Thrash Metal de tal calibre só poderia vir da Califórnia. Mas a Califórnia é gigante e lançou muitas bandas, e nesse nicho pintou uma molecada insana que adotou a região de Bay Area pra si.

Foi aí que bandas como Slayer, Metallica, Anthrax, Megadeth, Forbidden, Testament, Death Angel, entre outros colocaram seus nomes na história do estilo. Há mais de 40 anos atrás, Eric Peterson formou a banda "The Legacy", com Steve de Souza, sim o Zetro, que depois iria para o Exodus. Muitos acreditam que Chuck Billy e Alex Skolnick sejam fundadores do grupo, mas não, a banda já existia desde 1983, e eles só entrariam anos mais tarde.

Formando assim uma das bandas mais fundamentais do gênero nos EUA. Enquanto tocavam pelos arredores, Eric e cia, foram pensando no seu primeiro disco, e daí surgiu The Legacy, primeiro nome adotado pra banda, antes de Testament.

E foi com a pedrada Practice What Your Preach, que abriram a perfomance, precedida pela pegada firme de (You Gotta) Fight For Your Right (To The Party), dos nova iorquinos do Beastie Boys, que pra alguns desavisados soou estranho.

Uma banda que tem Steve Giorgio no baixo, a dupla de guitarristas Eric e Alex, e na bateria Chris Dovas, o mais novo integrante de menos de 30 anos, numa função que já foi de Paul Bostaph, de John Tempesta e de Dave Lombardo. Sins Of Omission, a segunda da noite, veio como um míssil atirado na platéia. Perilous Nation, com Steve Giorgio fazendo a intro espetacular no baixo. The Ballad, que foi esplêndida do início ao fim, na sequência veio a pedrada The Pale King. O bicho pegou em The Haunting, e fomos resgatados pro The Legacy, Chuck literalmente induziu o mosh, e foi só gente girando pra lá e pra cá. O ritmo quebrado de Rise Up, foi demais! D.N.R (Do Not Ressuscitate) aquela pancada visceral.

Em 1994, eles lançaram Low, um disco já mais moderno e tocaram a faixa título. Chuck falou da sua ligação com as tribos indígenas e sua origem, e dedicou a todo sul americano, Native Blood. Como ocorrido no restante da turnê, Chuck homenageou Brent Hinds, ex guitarrista do Mastodon, falecido dias antes num acidente de moto, em Atlanta, nos EUA, em Trail Of Tears.

Alex mandou brasa no riff de Electric Clown, dando espaço pra fase noventista do Testament, na faixa vinda do The Ritual. Souls Of Black do homônimo de 1990, foi esplêndida. A balada de Return to serenity, foi uma das partes mais brilhantes da noite. First Strike is Deadly, meu "amigo" que destruição, uma das melhores e mais importantes faixas da banda, proliferadas da maneira mais Thrash possível. Aparecendo pela primeira vez no set na América do Sul, chamou a atenção uma das canções mais legais do Low, que foi Dog Faces Gods. Era hora de se despedir, e a pedrada de Over The Wall veio com um mosh avassalador.

More Than Meet The Eyes, foi mostrando o fim do show. Era hora de quebrar tudo (com moderação) (risos). Into the Pit era a canção que eles tinham na cartola pra encerrar a performance. O Testament já tinha vindo no Summer Breeze, no ano de 2023, mas um show exclusivo era o que a banda merecia e o público mais ainda.

O belíssimo Titans Of Creation, de 2020, foi deixado de lado, uma pena.

Mas o sentimento de dever cumprido foi alcançado com sucesso, de uma contribuição ímpar de uma banda seminal do Thrash Metal norte-americano. Uma verdadeira aula de música rápida, em quase 2 horas de puro agito e simpatia.