The Cult: envelheço na cidade
Uma celebração á altura da relevância de uma das bandas mais importantes dos anos 80
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Texto German Martinez - Fotos Tiago Rossi
3/5/20255 min read


Segundo Ian Astbury numa entrevista pra 89 (A rádio Rock), "Não é uma turnê especial pra passar pelos 40 anos da banda e sim uma continuação de uma trajetória longínqua".
Dito isso, o The Cult agendou 3 shows pelo Brasil, onde começariam no Rio de Janeiro no dia 22/03, domingo 23/03 Vibra São Paulo, e 25/03 terça feira em Curitiba. Nós tivemos a chance de conferir a performance no Vibra São Paulo, localizado na zona sul da capital, o antigo Credicard Hall, foi a casa de espetáculos que receberia a banda.
Os arredores já respiravam aquele ar de Hard Rock oitentista, os ambulantes vendendo de tudo um pouco pra levantar uma grana, tendo em sua grade camisetas das mais variadas, pra fazer alegria do fã ou não. Estacionamentos cheios e uma banda fazendo o esquenta do lado de fora da casa era o que fazia parte do pré-show.






Com a pista dividida em 2 partes, o público foi se aconchegando. Com um palco simples, sem backdrop, ou coisa parecida os norte americanos do Baroness, fizeram as honras da casa.
E o quê dizer da banda? Pra muitos ela é uma novidade e pra outros era a banda que realmente queria ser vista. E mesmo com um set curto de 1 hora de duração, o que o quarteto fez ali, foi algo memorável.
Capitaneados por John Baizley, trouxe todo aquele metal progressivo com pitadas de Stoner Rock pro palco do Vibra. Gina Gleason, é um destaque á parte, fazendo nuances incríveis em sua guitarra. Além da cozinha que faz um trabalho impecável com Nick Jost baixo e Sebastian Thomson, na bateria.
O Baroness tem um punhado de faixas, que pra quem acompanha já são hits, mas como muitos não conheciam, passaram batido pra muita gente. Logo de cara foram de Last Word e Under The Wheel do mais recente álbum Stone. Com direito a A Horse Called Golgotha.
March to Sea, mais uma obra prima do disco Yellow and Green. Shock Me, foi linda de se ver, a maior canção do disco Purple, foi catártica. Na sequência mais uma pérola do mesmo disco: Chroline & Wine,
Blue Record foi lembrado com Swollen and Halo, o disco Golden & Grey figurou com Tourniquet. E o Red Album foi celebrado com Isak. A despedida foi com uma das belas faixas do Yellow And Green, Take My Bones Away, com todo mundo gritando desde seu princípio.
Fica a expectativa que voltem pra um show na íntegra, e que seja breve.








Numa mudança de palco até que rápida, a equipe do The Cult posicionou tudo, e jogou incenso pra dar aquela incrementada. Mas depois de várias faixas dos anos 80, bombando nos alto falantes da casa, a banda não entrava no palco, e chegou até a receber uma breve vaia.
Às 21:45, Ian Astbury, Billy Duffy, Charlie Jones, John Tempesta, subiram ao palco. Sem rodeios, executaram uma das faixas (quiçá, a mais pesada) do espólio da banda, In The Clouds, chegou pra abalar.
Com todos já esquecendo o atraso, Rise, do Beyond good and evil, primeiro disco novo do milênio da banda, veio na sequência. Ian caminhava por todos os lados do palco, enquanto Billy, no canto direito (pra quem assistia), se mantinha tímido, mas com a classe de sempre.
Wild Flower, atingiu um nível de interação impressionante, sendo um dos pontos altos de todo o show. Com Ian, deixando o público cantar.
Star e The Witch, faixas mais "darks", de discos menos celebrados da banda, faziam parte da repertório. Junto de War (On Procession), também do Beyond good and evil e Mirror, do belíssimo Under The Midnight Sun. Mas que deixaram o show maís morno, de fato.
Foi necessário apenas pouquíssimas notas da guitarra de Duffy, que Edie (Ciao Baby), foi entoada por toda platéia, pra uma enxurrada de celulares captarem tal momento. Totalmente emocionante do começo ao fim.
Incluída de última hora no setlist, a magnífica Revolution, teve Ian, cantando com uma empolgação inenarrável, sem contar com a guitarra incrível de Billy na canção.
Se o público queria músicas pra cantar junto, veio Sweet Soul Sister. Fazendo dessa trinca, uma das mais perfeitas do show. Lucifer seria a faixa escolhida pra sequência, mas foi retirada e seguiram pra fase mais gótica da banda com Ressurection Joe.
Entre Ian cuspindo água pra cima, veio Rain, que levou muitos espectadores às lágrimas. Se peso era o que muitos queriam, Spiritwalker mostrou ao que veio. Era um "jab" de direita e um de esquerda, e Fire Woman, bombou de forma animalesca, transcendendo o clima pra outro patamar.
Saíram do palco, mas voltaram com Brother Wolf, Sister Moon, balada clássica do Love. Talvez a canção mais esperada por muita gente, foi She Sells Sanctuary, mas confesso que a rotação do público caiu, talvez por cansaço.
Foi com o riff magistral de Love Removal Machine que Billy destilou, que terminou tudo da forma que todos imaginavam, comprovando que o The Cult está lista de melhores bandas da história do rock, e conseguir transcender através de 4 décadas canções de tal importância.




Foi de se estranhar que a banda, passou batido por faixas do incrível Ceremony, que continha faixas como Heart Of Soul, Wild Hearted Son, Sweet Salvation, canções que foram hits nas rádios brasileiras na época. Além da ausência de Go West e Sun King, o que foi uma pena.
Mas o setlist abrangeu grande parte da carreira da banda, e possibilitou um show de grande calibre.