The Hives põe público pra suar a camisa

O quinteto sueco não poupou esforços pra agitar a platéia na última terça feira no Tokio Marine Hall, em São Paulo

RESENHA

Texto- Fotos por German Martinez

10/18/20243 min read

No final dos anos 90, o cenário escandinavo fervilhava, não só com bandas como The Hellacopters, Flaming Sideburns, Backyard Babies, The International Noise Conspiracy, Refused, Turbonegro, Gluecifer, entre tantos outros. E ainda haviam selos como: Bad Afro e Burning Heart, que apresentaram muitas bandas legais da Suécia pro mundo.

A irreverência e os ternos sob medida, foram alguns dos fatores que caracterizaram o estilo do The Hives desde seu começo. O som era algo como um Rolling Stones primitivo com a energia do punk rock que é mais do que aprovado em seu debut "Barely Legal", de 1998.

Veio o estouro que trouxe os holofotes pra bandas como: The Strokes, The Libertines, Queens of the Stone Age, Franz Ferdinand, Travis, Interpol, The White Stripes e os suecos vieram com um dos melhores discos da época, o impactante "Veni Vidi Vicious", que além da sua estética a rigor, colocava a banda num pedestal de produtores de boas canções como Main Offender, Die, all right ou Supply and demand. Mas nada se compara ao hit do disco Hate to say i told you so, que acompanhado do seu videoclipe alcançou as rádios mais populares do planeta.

Após o lançamento do The black album, eles passaram pelo país, no Festival Orloff Five, ao lado dos Plasticines da França e dos magistrais Melvins no extinto Via Funchal, e pra muitos passaram despercebidos.

Uma outra oportunidade dos brasileiros verem a banda foi no Primavera Sound de 2023, numa perfomance no período da tarde, mas entregando energia como sempre. Dali em diante a Popload se encarregou de fazer o impossível para trazê-los de volta ao país.

Agora em 2024, tivemos a oportunidade de conferir grande parte do repertório do ótimo "The Death of Randy Fitzsimmons", uma brincadeira com a morte do empresário da banda, e que enumera um belo conjunto de boas canções e obviamente no aspecto audiovisual eles trouxeram grandes clipes como a bombástica Bogus Operandi que abre o show.

As empolgantes Two kinds of trouble, seguida das palmas em Rigor Mortis Radio. O terceiro álbum Tyranossaurus Hives, foi lembrado com Walk idiot walk. Com Pelle correndo por todo palco e indo de cabeça pro gargarejo, destilou a rápida Good Samaritan.

A pulsante Go right ahead, trouxe o instrumental mais nítido, com Chris Dangerous na batera, Vigilante Carlstroem, na guitarra, e The Johan and Only no baixo. O clima á la "Broadway" de Stick up, acalma os ânimos da banda e público. Era hora talvez do maior hit na nossa opinião, este cantado em uníssono, quando chegou a introdução de Hate to say i told you so. Era cerveja e água pra todo lado, gritaria, e muita alegria.

A urgente e caótica Trapdoor solution, trouxe o lado mais punk e puxando pro Barely legal do show.

Sentimos falta de Die, all right. Mas seguimos. Entre as interações de Pelle com a platéia ele conseguia abrir o sorriso de cada presente, mesmo quando disse que tinham atrasado o show por causa do público.

A empolgante e quase um Punk 77 de Smoke & Mirrors, com o excelente backing vocal do guitarrista Nicholas Aurson. Do álbum preto veio Won't be long, e a fortíssima Countdown to Shutwdown. Os ninjas (roadies) participavam tocando percussão e tentando livrar Pelle de enroscar o fio do microfone por cantos estratégicos do palco.

No bis, já suando toda a vestimenta possível, disparam pedradas como: Come On!, Try It again e Tick Tick Boom, esta com Pelle comandando o público com a palma da mão, onde fez toda a casa se agachar até subir com o refrão da canção. Que fim, meus amigos, que fim.