Travis celebra o britpop numa noite inesquecível

O quarteto de Glasgow, retorna ao Brasil após 11 anos e presenteia fãs com um repertório impecável

RESENHA

Texto German Martinez - Fotos por Leandro Godoi

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É fato que quando o Travis despontou no cenário britânico, com o Good Feelling, que emocionava gigantescamente a todos, com faixas como All i want do is rock, U16 Girls, Happy, muitos talvez dos presentes ainda não tivessem nem nascido.

Esse debut aliado ao magistral The Man Who, comprovou a genialidade de Fran Healy, nesse momento a banda destilou obras primas como Driftwood, Turn, Writing to reach you, e o sucesso maioral de Why does it always rain on me. O grupo ao lado de bandas como Coldplay, Super Furry Animals, Stereophonics, e tantos outros que destacaram o estilo na próxima década.

Não se passou muito tempo pra banda emplacar mais um disco obrigatório, que foi The Invisible Band, que carregava canções do calibre de Side, Sing, Pipe Dreams, e logo os colocou em destaque na MTV.

De lá pra cá o Travis, lançou mais 7 discos, e só comprovou a sua relevância dentro do britpop.

Depois de 11 anos, e um show que não deixou grandes recordações pra banda no Planeta Terra Festival de 2013, em São Paulo. Agora o momento era outro, a banda acabara de lançar L.A. Times, seu décimo álbum da carreira, e traz um gostinho das melodias marcantes do fim dos anos 90.

Depois de 11 anos, e um show que não deixou grandes recordações pra banda no Planeta Terra Festival de 2013, em São Paulo. Agora o momento era outro, a banda acabara de lançar L.A. Times, seu décimo álbum da carreira, e traz um gostinho das melodias marcantes do fim dos anos 90.

Cravado no seu tempo, Fran Healy (vocais/violão/guitarra), Neil Primrose (bateria), Dougie Payne (baixo), Andy Dunlop (guitarra), entraram ovacionados no palco com um dos singles do novo disco, a cantarolável Bus. O maravilhoso The Man Who, se fazia presente por Driftwood.

A belíssima introdução de violão de Love will come through. Após um show cancelado no Paraguai, Fran demonstrou uma certa frustração pelo ocorrido, mas celebrou a vida em Alive. Era hora de enfileirar canções do debut Good Feelling, e dele vieram I Love you anyways, a canção título e a emocionante Good day to die.

Fran Healy, sabia que o público, não só brasileiro, mas o paulistano comemorava o anúncio dos shows do Oasis no país no ano que vem, com isso ele contou sobre como era o cenário em meados dos anos 90, onde os irmãos Gallagher tocavam incessantemente nas rádios, e quando ele criou Writing to reach you, que acabou emendada com o mega hit: Wonderwall

O primeiro acorde, o primeiro efeito de guitarra, transborda melodia num dos momentos mais marcantes com Side. A única faixa de The boy with no name foi Closer. Logo seguida de mais do The Invisible Band, e cantada em voz alta, Sing. Sing ao lado de Side, sucessos radiofônicos no Brasil.

Eis que veio Re-offender. Healy aproveitou pra contar um pouco mais sobre a história do Black and White Bar, em Nova York. Que foi fechado, e que era bem frequentado por inúmeros músicos do cenário mundial, e que Healy no álbum contou com participação de Brandon Flowers do The Killers e Chris Martin do Coldplay, nos vocais.

A esperada Gaslight, um dos mais belos singles do novo disco, já estava na ponta da língua. De forma mais intimista e colocando o microfone bem na frente do palco, Healy anunciou Naked in New York City. A dilacerante Turn, com a banda mostrando uma empolgação ímpar foi de umedecer os olhos. Se despediram.

O bis (e que bis!). Com Healy á frente e ao seu redor Dougie, Neil, Andy, tocaram Flowers in the window de forma acústica. Healy novamente falou que muitas bandas gostam de começar com covers de Led Zeppelin, David Bowie, The Beatles, o Travis destilou Baby, one more time de Britney Spears, canção que a banda já tocava desde os idos dos anos 2000.

Pros órfãos de The boy with no name, a banda caprichou com My Eyes e Selfish Jean. Pra encerrar com o maior canção da banda, e uma das mais belas canções da história, Why does It always rain on me.

A banda se emocionou assim como o público, a reação dos espectadores foi avassaladora cantando tudo e devolvendo carinho pra uma banda tão querida por todos. Healy prometeu voltar e que isso não tarde.