7 Seconds aquece domingo frio na capital paulista
Após uma década e fazendo sua terceira passagem pelo Brasil, o quarteto norte-americano trouxe sua energia Hardcore punk ao palco do Fabrique Club.
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Texto German Martinez - Fotos Tiago Rossi
8/13/20255 min read


Há alguns meses atrás, quando a NDP anunciou o cartaz do 7 Seconds, nos trouxe aquela sensação de que poderíamos ver um dos maiores ícones de uma geração do HC/Punk norte americano. É assim como a vinda de bandas como : Shelter, Descendents, Circle Jerks, nos fez acreditar que estamos um lugar privilegiado pra poder conferir bandas de tal importância.
Criando um paradoxo com a banda, que esteve aqui em 2014 e 2015, o que podemos dizer de fato é que, muita coisa mudou obviamente, mas seguimos com um cenário riquíssimo de bandas e aficcionados pelo estilo não faltariam nesse baile.
Não vamos desdobrar a história do 7 Seconds neste texto, pois já falamos sobre isso antecipadamente numa recente matéria https://rarozine.com.br/7-seconds-o-legado-da-costa-oeste-pela-terceira-vez-no-brasil
A NDP (New Direction Productions) junto da Powerline (Music and Books), escolheram o Fabrique Club, localizado na Barra Funda, pra ser o pano de fundo da performance do 7 Seconds. Bruno Genaro, proprietário da NDP, subiu ao palco do 7 Seconds e já antecipou que teríamos um anúncio bombástico pra breve, e que seria uma banda clássica de Nova York, alguém aí gritou "Youth Of Today", quem sabe? Cro-Mags ? Ou Sick Of It All. A realidade ainda não sabemos, mas que a curiosidade nos consome diariamente, já que o ritmo de shows produzidos por ambas produtoras tem sido frenético e queremos mais!
Atentos a nossa realidade, e da sabendo que a comunidade do Hardcore Punk, necessita do transporte público, a produção fez questão que os horários fossem determinantes pra que as pessoas se deslocassem até o show. Num domingo tanto quanto complicado por ser o "Dia dos pais", muita gente tenha ficado de fora do ocorrido no Fabrique ou simplesmente se negou a sair de casa.
Mas o que muitos não sabiam, que estavam prestes a perder uma aula dada pelos norte-americanos. Ainda com público recatado na porta da casa, o Freak Fur, foi a primeira banda a dar o pontapé inicial, o quinteto mostrou um pouco do seu trabalho que foi lançado nos EP's.
Mesmo com uma apresentação de cerca de 40 minutos, o grupo arrancou aplausos dos presentes na casa.






Instituição do HC/Punk de São Paulo, O Inimigo, trouxe Fernando Sanches, Juninho Sangiorgio nas guitarras, Alexandre Cacciatore, no baixo, Gian Copolla, na bateria e Wellington Marcelo nos vocais. Se muitos ainda fazem do grupo uma referência com o Kalota, primeiro vocalista da banda, agora sabem que Wellington faz jus a posição trazendo uma empolgação e entrega mais do que esperada.
Quando Juninho colocou seu cabeçote Orange "Terror", em cima da caixa Marshall que ele viria a usar, já deu pra sentir o peso que o show iria ganhar, enquanto Fernando com sua guitarra acrílica faziam os contrastes de guitarras do O Inimigo. O show passeou por várias fases do grupo.
Canções como Tarde Demais, ou Demônio Em Meu Olhar, foram os carros chefe do show. Causando pulos de Wellington e Juninho.






Sem frescuras de roadies ou coisa do tipo, o 7 Seconds, pisou no palco exatamente as 19:50 como manda o figurino. Mas com uma baixa, o baixista e fundador Steve Youth, infelizmente não veio pra turnê sul-americana.
Nada que impedisse que a noite fosse brilhante. Foi arrancar com o riff de Here's Your Warning, que tudo começou a fazer sentido. Pulos no palco, e "retornos" indo ao chão. Músicas curtas, dilacerantes e pra interagir, sem respiro como Definite Choice, New Wind ou a brutal Regress No Way. Já estávamos na quinta música, We're Gonna Fight e era paulada atrás de paulada. Kevin se mostrou imensamente feliz e comunicativo, agradecendo o público pelo último show da turnê sul-americana. Eram pulos empolgantes e gritos alucinados.
Kevin fez questão de fazer a inclusão das garotas na roda, e na cena com Not Just Boys Fun, seguida This Is Not Angry, Satyagraha foi demais pela interação do público nos coros da canção. Tied Up In The Rhythm, Sooner Or Later, Remains To Be Seen foi uma trinca de respeito a se ouvir.








Somebody Help Me Scream, foi uma das mais legais da noite, com Bobby Adams detonando nas cordas. Seguida de Still Believe. É claro que teve, Walk Together Rock Together, acelerada a mil por hora! Change In My Head & Young 'Till I Die, foi caótica com muita gente subindo no palco e cantando nos microfones.
A porrada sem precedentes de In Your Face, antecipava um dos momentos mais interessantes da noite, que foi quando a galera se empolgou muito em 99 Red Balloons, cover da banda alemã Nena, onde várias pessoas pulavam do palco pros braços de outras e muitas diretas ao chão.
Voltaram com You Lose, que foi dedicada a Helen Vitai, que teve sua vida ceifada no domingo anterior, após uma briga, no Tendal da Lapa. Finalizaram com 2 das faixas mais emblemáticas da banda, reverenciando o álbum de estréia The Crew, com Trust e The Crew.






Olhei no celular, e eram por volta de 20:40, foi um show cru, urgente e caloroso, como tem que ser, o 7 Seconds matou a vontade de muitos órfãos do HC/ Punk dessa época, que puderam conferir um pouco da obra da banda.